Banco Central encerra Drex e anuncia desligamento total
O Banco Central do Brasil anunciou oficialmente o fim do Drex, sua moeda digital, após quatro anos de testes e discussões sobre seu futuro. Essa era uma decisão aguardada, especialmente considerando os desafios enfrentados ao longo do desenvolvimento da plataforma.
A informação foi compartilhada com consórcios parceiros nesta segunda-feira (4) e representa uma mudança significativa na estratégia do Banco Central. Na próxima segunda-feira (10), o BC vai desligar toda a infraestrutura que usava a tecnologia de blockchain Hyperledger Besu, encerrando definitivamente o projeto.
Um dos principais motivos para essa decisão foram os problemas de privacidade e segurança, que são fundamentais em operações financeiras. O BC constatou que a tecnologia não atendia aos requisitos necessários, levando a equipe a decidir por um recomeço completo. Um novo sistema está sendo planejado, embora ainda não se saiba se será baseado em blockchain.
Durante a reunião onde a decisão foi anunciada, estavam presentes técnicos do Banco Central, incluindo Clarissa Souza, auditora da área de TI. Curiosamente, a equipe responsáveis pela concepção do Drex não participou do encontro, um ponto que levantou algumas questões entre os presentes. A mensagem foi clara: o projeto, do jeito que estava, não vai mais existir.
Banco Central prepara um novo começo para o Drex
Essa decisão não pegou todos de surpresa. Em agosto, o Banco Central já havia sinalizado que a Fase 3 do projeto não utilizaria blockchain, com a justificativa de que a tecnologia ainda precisava se desenvolver mais. Com o encerramento oficial do Drex, a nova abordagem vai priorizar a identificação de casos de uso práticos antes de decidir sobre a infraestrutura tecnológica ideal.
Os novos casos de uso devem mirar em áreas como Open Finance, Pix e investimentos. A nova estratégia do Banco Central começa do zero, sem nome ou prazos definidos.
Impactos no mercado financeiro
A decisão de descontinuar o Drex surpreendeu vários participantes do mercado, como bancos, fintechs e empresas de tecnologia que estavam investindo nas tokenizações e nos testes com o Banco Central. Alguns dos consórcios que participaram do projeto enfrentaram custos elevados para integrar suas soluções à plataforma.
Entretanto, mesmo com o encerramento do Drex, muitas empresas garantiram que vão continuar a investir em tokenização, focando agora em produtos próprios ou conectados ao Pix, que pode assumir um novo papel como infraestrutura de liquidação.
Outras empresas estão redirecionando seus esforços para a Inteligência Artificial, considerada uma área mais madura, com retornos mais rápidos. Quando o Drex foi anunciado, havia uma expectativa de que ele poderia revolucionar o sistema de pagamentos e promover uma inclusão financeira significativa no Brasil.





