Bitcoin: a queda dos juros do Fed pode impulsionar superciclo?
As novas projeções do Fed sinalizam que poderemos ter dois cortes de juros adicionais ainda em 2025. Essa expectativa sugere um aumento na liquidez nos mercados globais, o que pode ser um bom sinal para o Bitcoin atualmente.
Atualmente, o ouro está valendo menos de US$ 3.700, enquanto o Bitcoin se consolida na faixa de US$ 117.700. Caso a liquidez aumente, os ativos digitais têm potencial para atrair mais investimentos.
Reação do mercado e perspectivas da política monetária
O presidente do Fed, Jerome Powell, ressaltou que qualquer decisão futura dependerá dos dados econômicos dos Estados Unidos. Isso quer dizer que não há uma rota fixa para os cortes de juros. Esse tom cauteloso ajudou a diminuir a desvalorização do dólar, mas ainda assim, as expectativas de condições mais frouxas continuam pressionando a moeda.
As novas projeções do Fed indicaram aumento do desemprego e uma inflação que deve persistir por um tempo. Esse cenário alimenta especulações sobre um ciclo de afrouxamento monetário mais amplo. De acordo com a ferramenta CME FedWatch, a chance de um corte na próxima reunião do Fed é de 96%, mostrando que essa expectativa é bem forte.
Agora, o mercado está de olho em novos relatórios sobre emprego e inflação, que serão cruciais para direcionar as próximas decisões sobre juros. Os traders também estão analisando atentamente os discursos de Powell em busca de indícios de mudanças.
Perspectiva técnica do Bitcoin hoje
Tecnicamente, o Bitcoin está se consolidando em torno de US$ 117.200, em um padrão de cunha ascendente em um gráfico de duas horas. Esse padrão sugere prudência, mas com topos mais altos e um suporte firme acima da média móvel de 50 períodos em US$ 116.000, o panorama se mantém positivo.
Além disso, a média móvel de 200 períodos em US$ 113.800 adiciona uma camada de suporte. Os candles estão mostrando rejeições fortes em quedas, o que indica que os compradores continuam ativos. O índice RSI está em 59, recuando das máximas recentes, mas ainda distante da zona de sobrecompra.
Um engolfo de alta em US$ 115.800, que surgiu no início da semana, confirmou uma forte demanda em níveis mais baixos. Caso o BTC consiga romper a resistência em US$ 117.600, os próximos alvos podem ser os valores de US$ 118.500 e US$ 119.350, com um potencial a curto prazo de chegar a US$ 120.000.
Se, por outro lado, perder o suporte de US$ 116.000, a pressão poderá levar o preço a US$ 114.400 e até US$ 113.200. Para os traders, o cenário atual favorece uma posição comprada cautelosa, enquanto o preço se mantiver acima dessas regiões de suporte. A longo prazo, o padrão de fundos ascendentes abre espaço para uma possível valorização até US$ 130.000.
Insights de especialista sobre o BTC
Guilherme Prado, country manager da Bitget, comenta que o corte do Fed trouxe um certo alívio para os ativos de risco. No entanto, o impacto no mercado cripto foi moderado, com o Bitcoin operando de maneira lateralizada. Segundo ele, isso ocorre porque muitos dos movimentos já estavam precificados, e os investidores permanecem atentos ao discurso do Fed e à resiliência da economia global.
A cautela nas reações mostra que ainda há dúvidas em relação ao cenário econômico. Prado também destaca a altseason, que atingiu 80 de 100 em seu índice, o maior nível do ano. Nesse contexto, o volume de operações à vista com altcoins já superou o de Bitcoin e Ethereum, indicando uma forte rotação de capitais.
Ele acredita que novos cortes de juros e um aumento na liquidez devem ajudar a sustentar essa dinâmica, mas enfatiza que é preciso manter a cautela, já que a situação ainda é incerta.