Bitcoin a US$ 118 mil: mercado em alta perdeu fôlego?
Os últimos movimentos de preço do Bitcoin (BTC) no fim de julho reacenderam um debate entre investidores e entusiastas do mercado cripto. Muita gente está se perguntando: o que está acontecendo? O mercado está em alta, mas será que está desacelerando ou só fazendo uma pausa?
No dia 30 de julho, o Bitcoin estava sendo negociado por cerca de US$ 118 mil. Apesar de ainda estar próximo da sua máxima histórica, que gira em torno de US$ 123 mil, parece que o ritmo de valorização deu uma diminuída nas últimas negociações. Já o Ethereum (ETH), por outro lado, estava próximo de US$ 3,8 mil, depois de uma valorização de mais de 50% ao longo de julho, segundo dados que circulam por aí.
Institucionais mantêm mercado aquecido
Um indicador interessante, o Altcoin Season Index, que ajuda a medir o desempenho de altcoins, deu uma caída para cerca de 36. Isso significa que o Bitcoin ainda está na frente da maioria das altcoins, restringindo um pouco a amplitude do rali. Quando isso acontece, geralmente indica que os traders estão agindo de forma mais seletiva.
Apesar disso, a participação institucional tem dado um suporte considerável. Em março, uma ordem executiva dos EUA criou uma reserva estratégica de Bitcoin que reforçou a sua importância nas reservas nacionais. Além disso, gestoras corporativas já injetaram mais de US$ 86 bilhões em criptomoedas neste ano. Para se ter uma ideia, o JPMorgan estima que mais de US$ 60 bilhões de novo capital já entraram no mercado cripto em 2025. Esses movimentos têm ajudado a manter os preços elevados, mesmo com uma diminuição das negociações mais especulativas.
O Ethereum foi um dos ETFs que mais se beneficiou desse cenário. Com a demanda crescente, o preço subiu bastante em julho, e os investidores institucionais têm sido parte fundamental nessa valorização. Os volumes diários de negociação se mantêm acima de US$ 15 bilhões, mostrando que a liquidez continua forte por lá.
Ademais, o Bitcoin tem mostrado uma relação de menor correlação com as ações tradicionais. Recentemente, uma análise revelou que a correlação entre o Bitcoin e o S&P 500 está em torno de 0,2, o que sugere que ele está se movimentando de maneira mais independente, podendo se tornar uma opção mais atrativa em momentos de volatilidade no mercado de ações.
Sinais de desgaste no mercado
Nem tudo são flores, porém. O domínio do Bitcoin ainda está acima de 60%, segundo gráficos do TradingView. Isso mostra que o capital ainda não migrou amplamente para as altcoins, adensando a dúvida se já começou uma fase de expansão como em ciclos anteriores.
Diversos analistas têm visões opostas. Enquanto alguns projetam que o Bitcoin pode alcançar valores de até US$ 200 mil até o final de 2025, outros ressaltam que a reunião do Federal Reserve em setembro pode ser um obstáculo, especialmente se os cortes nas taxas de juros não forem concretizados.
A volatilidade continua sendo uma característica central do mercado. Oscilações diárias entre 3% e 5% têm sido comuns, e traders estão tentando encontrar um equilíbrio entre otimismo e cautela. Embora o Ethereum continue se destacando, a maioria das altcoins segue em baixa, contrastando com o desempenho mais lento do Bitcoin.
Enquanto isso, o mercado ainda não deu tchau à alta, mas já revela alguns sinais de desgaste. Os preços se mantêm elevados, o apoio institucional é robusto e a adoção das criptos continua subindo. Porém, a falta de um forte movimento nas altcoins e a incerteza sobre políticas monetárias fazem com que muitos permaneçam em compasso de espera.