Bitcoin: analista destaca nível-chave para nova alta
O Bitcoin (BTC) chegou em setembro com um clima de apreensão entre os traders, especialmente após seu impressionante pico em agosto, quando ultrapassou os US$ 124.000. Desde então, a criptomoeda enfrentou uma correção, fazendo seu valor cair para cerca de US$ 108.000, antes de se estabilizar em torno de US$ 111.000.
Essa mudança de cenário vem acompanhada de um sentimento mais cauteloso no mercado. Segundo a Glassnode, a euforia que dominava os investidores esfriou em 19 de agosto, quando o BTC perdeu a zona de lucratividade de 95%. Desde então, muitos têm buscado proteger seus lucros, reduzindo a força compradora.
Atualmente, o Bitcoin se encontra em uma faixa crítica de preço. Essa área vai de US$ 104.100 a US$ 114.300, que representa o custo para investidores de curto prazo. É um ponto de atenção: se o preço ultrapassar os US$ 116.000, pode trazer otimismo de volta ao mercado, mas, se cair abaixo de US$ 104.000, há receio de uma descida até os US$ 93.000 a US$ 95.000.
No curto prazo, a pressão está bem evidente. Quando o preço caiu para US$ 108.000, apenas 42% dos investidores de curto prazo estavam lucrando, uma queda assustadora em relação aos 90% anteriores. Uma leve recuperação para US$ 112.000 trouxe esse número de volta para 60%, mas a confiança só voltará se houver uma consolidação acima de US$ 116.000.
Correção no Bitcoin: parte do ciclo natural
Apesar das preocupações, especialistas apontam que essa correção não é motivo para pânico. Na verdade, pode ser parte do ciclo normal do Bitcoin. Desde março de 2024, a criptomoeda já teve quedas entre 20% e 25%, consideradas saudáveis em movimentos de alta. O analista Darkfos, da CryptoQuant, afirma que essas oscilações ajudam a redefinir alavancagens, acalmam o mercado e abrem novas janelas de oportunidade.
O trader Willy Woo trouxe uma boa notícia: após semanas de saídas, o Bitcoin teve um dia com fluxos líquidos positivos, indicando a possibilidade de estabilização. Além disso, o economista Aaron Olmos relaciona essa correção a fatores econômicos mais amplos, como a inflação nos Estados Unidos e tensões internacionais, que afetam todos os mercados, inclusive o das criptomoedas.
Setembro: um mês desafiador para o BTC
Expertos alertam que setembro costuma ser um mês complicado para o Bitcoin. Dados da Coinglass mostram que, historicamente, este é um período de mais quedas do que altas. Isso acontece porque muitos investidores buscam reduzir riscos à medida que se aproximam os encerramentos dos trimestres fiscais, aumentando a pressão vendedora.
A situação se complica ainda mais com métricas fracas. A Glassnode aponta uma queda no número de endereços ativos e taxas de transação moderadas, o que indica uma participação menor de investidores de varejo. Por outro lado, entidades maiores continuam movimentando volumes significativos, mas o mercado geral permanece em consolidação.
Mesmo com um cenário desfavorável, há alguma esperança. O especialista Carmelo Alemán destaca que cerca de 25 métricas técnicas ainda sugerem que um movimento de alta é possível. Ele observou que uma expansão da liquidez global deve se refletir no Bitcoin em breve.
Cautela entre investidores e pressão vendedora
No entanto, a cautela continua prevalente. O relatório da Glassnode mostra um mercado à vista frágil, com o índice RSI em 33,6 pontos, indicando que o Bitcoin está em território de sobrevenda. Os volumes de negociação caíram cerca de 9% na última semana, o que demonstra uma perda de confiança entre os traders.
Nos mercados de derivativos, o interesse também diminuiu, e as taxas de financiamento foram ajustadas para baixo, revelando um apetite restrito por risco. O comportamento no mercado de opções confirma essa postura defensiva, com muitos buscando proteger-se contra possíveis quedas.
Ainda assim, é bom notar que os ETFs de Bitcoin nos EUA registraram entradas líquidas de US$ 392 milhões recentemente, mostrando que os investidores institucionais ainda estão presentes. Porém, o volume total desses produtos caiu para US$ 17,5 bilhões, refletindo um clima de cautela.
Por último, a diminuição na entrada de Bitcoin nas exchanges é um ponto a se considerar. A média móvel de 30 dias desses fluxos atingiu seu nível mais baixo desde maio de 2023, sugerindo que investidores estão menos dispostos a vender suas moedas. Isso pode ajudar a diminuir a oferta circulante e, quem sabe, abrir espaço para uma recuperação.
Expectativas para os próximos dias
Os especialistas concordam que o Bitcoin está em um momento decisivo. Para que o otimismo retorne, será necessário romper de forma consistente a barreira dos US$ 116.000. Se isso não acontecer, uma queda até os US$ 95.000 não está fora de questão.
Além disso, fatores externos como as decisões do Federal Reserve, a evolução da inflação e as dinâmicas da liquidez global terão um papel fundamental. Analistas como Crypto Dan acreditam que o Bitcoin pode estar passando por uma fase de crescimento mais lenta, típica da terceira etapa dos ciclos de mercado, e que as quedas podem apresentar oportunidades de acumulação.
Enquanto isso, o Bitcoin permanece em torno dos US$ 111 mil, com sinais mistos em suas métricas. O futuro próximo dependerá muito da reação dos investidores a essa faixa crítica e do cenário macroeconômico que se desenrola nas próximas semanas.