Bitcoin atinge US$ 114 mil com inflação nos EUA a 2,9%
O Bitcoin se manteve em uma faixa estável nesta manhã, mesmo após a divulgação de novos dados sobre o índice de preços ao consumidor (CPI) nos Estados Unidos. Os números mostraram que a inflação subiu 0,4% em agosto, superando a alta de 0,2% registrada em julho.
Atualmente, o preço do Bitcoin está em US$ 114.436, com um aumento de 0,7% nas últimas 24 horas. Essa leve alta não mexeu muito no mercado após a divulgação das informações sobre a inflação.
O Departamento de Estatísticas do Trabalho informou que, nos últimos doze meses, a inflação chegou a 2,9%. Isso indica que os preços estão se afastando da meta de 2% que o Federal Reserve (o banco central americano) busca alcançar. Apesar disso, muitos ainda acreditam que o Comitê Federal de Mercados Abertos (FOMC) poderá optar por um corte nas taxas de juros na próxima reunião, embora a expectativa agora seja de que o corte deve ser menor.
Após os dados do índice de preços ao produtor (PPI), que vieram mais fracos do que o esperado, o otimismo entre os investidores variou. Ontem, 12% deles acreditavam que o FOMC realizaria um corte de 50 pontos-base em setembro. Hoje, esse número caiu para 9%, refletindo as novas informações sobre o CPI.
O Myriad, um mercado de previsões, apresenta uma visão mais otimista. Lá, 84% dos usuários acreditam que haverá um corte de 25 pontos-base, enquanto 12% apostam em um corte maior de 50 pontos. Apenas 2,8% acham que as taxas não serão alteradas e 1,4% esperam um aumento.
Os analistas da QCP Capital, uma empresa de negociações em criptomoedas de Singapura, afirmaram que a volatilidade resultante dos dados do CPI deve ser breve. Para eles, historicamente o PPI tende a preceder o CPI por três a seis meses. Apesar do PPI indicar uma possível diminuição da pressão inflacionária, a reação do mercado se mostrou moderada, sem grandes mudanças no Índice do Dólar (DXY).
O DXY, que mede o valor do dólar em comparação a outras moedas, teve um leve recuo após o PPI ter mostrado uma queda de 0,1% em agosto. O índice passou de 97,66 para 97,80 e voltou a cair para 97,69.
Os especialistas da QCP Capital destacam que a reunião do FOMC em setembro será crucial. Eles acreditam que as discussões sobre futuros cortes nas taxas de juros terão um grande impacto nas diversas classes de ativos.
Enquanto os investidores aguardam as decisões do FOMC, na Europa, o Banco Central Europeu (BCE) decidiu manter suas taxas de juros inalteradas. O BCE está avaliando dados macroeconômicos que são um pouco diferentes dos observados nos Estados Unidos. A inflação na Europa está próximo da meta de 2%, e a avaliação do BCE sobre as perspectivas inflacionárias permanece estável.
Mark Wall, economista-chefe do Deutsche Bank para a Europa, acredita que o BCE manterá sua política monetária assim por um tempo. Essa postura pode ser vista como uma abordagem mais cautelosa.
Nos EUA, alguns analistas alertam que a alta nas tarifas e nos preços dos alimentos pode continuar a pressionar a inflação. Eles afirmam que, se o CPI ultrapassar as expectativas, os mercados podem ter que reavaliar a possibilidade de cortes futuros nas taxas, além de ficarem mais atentos a riscos de estagflação.