Bitcoin atinge US$ 116 mil, mas traders alertam para risco de queda
O preço do Bitcoin (BTC), nesta manhã de sexta-feira, 8 de agosto de 2025, está variando em torno de R$ 634.910,21. O BTC deu uma recuperada e está cotado a US$ 116 mil, mas muitos traders seguem com um olhar cauteloso, temendo um recuo para US$ 110 mil.
Panorama Econômico do Bitcoin
André Franco, CEO da Boost Research, comenta que os mercados asiáticos estão em alta, impulsionados por resultados corporativos positivos e a expectativa de que os EUA eliminem algumas tarifas sobre produtos japoneses. Por outro lado, nem todos os índices estão subindo: o MSCI ex-Japão registrou queda de 0,4%, assim como o Hang Seng de Hong Kong, que perdeu 0,6%.
Nos Estados Unidos, os futuros estão subindo, alimentados pela expectativa de uma postura mais “dovish” (acessível) do Federal Reserve. Porém, os rendimentos dos títulos do Tesouro americano subiram levemente após um leilão com demanda morna. Curiosamente, a inflação em residências ficou abaixo do esperado, e tanto as commodities quanto as moedas se mantiveram estáveis.
“A performance recente do Bitcoin em torno dos US$ 114 mil mostra um impacto de curto prazo que tende a ser neutro ou levemente positivo. O clima otimista referente ao alívio tarifário entre EUA e Japão, junto com a possibilidade de juros mais baixos nos Estados Unidos, acaba favorecendo a busca por risco global, o que geralmente resulta em benefícios para os criptoativos. No entanto, as oscilações em outras áreas do mercado asiático e a leve alta nos yields dos Treasuries podem limitar um crescimento mais expressivo”, explica André.
Análise Técnica do Bitcoin
Na quinta-feira, segundo o analista Manish Chhetri, o Bitcoin fechou acima da resistência principal de US$ 116.000 e estava na faixa de US$ 116.900 quando este artigo foi escrito.
Ele acredita que, se o suporte em US$ 116.000 se mantiver, o BTC pode continuar a subir em direção a US$ 120.000 — um nível psicológico importante. Um fechamento acima desse número poderia indicar uma nova alta, próximo da máxima histórica de US$ 123.218, alcançada em 14 de julho.
Além disso, o Índice de Força Relativa (RSI) superou o nível neutro de 50 e está em 54, o que indica um enfraquecimento da pressão de venda. Contudo, para que essa alta se mantenha, o RSI precisará continuar a subir. As linhas do MACD estão se aproximando no gráfico diário, e a diminuição da barra vermelha do histograma indica redução na pressão de venda.
Contudo, Chhetri alerta: “Se o BTC não encontrar suporte em torno de US$ 116.000 e fechar abaixo disso, pode haver uma queda em direção à média móvel de 50 dias, que atualmente está em US$ 113.422.”
O apresentador e criador do podcast Giro Bitcoin, Paulo Aragão, também disse que é muito cedo para falar em recuperação, já que os preços estão se movendo com pouca volatilidade. “Apenas um rompimento e fechamento acima de US$ 120 mil poderia sinalizar uma mudança real no mercado. Este ano tem sido bem estável, e até os rompimentos de máximas históricas têm sido curtos. Parece que as grandes oscilações no preço do BTC podem ter chegado ao fim”, comenta.
Atualmente, para quem está de olho no investimento, R$ 1.000 dá a possibilidade de comprar 0,0015 BTC, enquanto R$ 1 compra 0,0000015 BTC.
Entre as criptomoedas que mais se valorizaram no dia 8 de agosto de 2025, temos Stellar (XLM), Chainlink (LINK) e Story (IP), com altas de 12%, 11% e 10%, respectivamente. Em contrapartida, as que mais caíram foram Monero (XMR), Ethena (ENA) e Curve Dao (CRV), apresentando quedas de -6%, -3% e -2%, respectivamente.
O que é o Bitcoin?
O Bitcoin (BTC) é uma moeda digital, totalmente eletrônica e distribuída de maneira descentralizada. Isso significa que ninguém — seja uma pessoa ou uma instituição — tem controle sobre ele.
Um ponto interessante é que a quantidade de Bitcoin é limitada a apenas 21 milhões de unidades. Essa moeda foi apresentada pela primeira vez em 2009, por um programador ou grupo de programadores que usaram o pseudônimo Satoshi Nakamoto.
Desde então, a identidade de Nakamoto gerou muitos rumores, mas ninguém confirmou ser ele. Ele mesmo afirmou ter 37 anos e viver no Japão, mas seu domínio da língua inglesa e a metodologia de desenvolvimento levantam algumas dúvidas. Na metade de 2010, Nakamoto decidiu se afastar do projeto e deixou o Bitcoin sob responsabilidade de alguns membros da comunidade.
Uma das grandes vantagens do Bitcoin é a sua independência: sem a interferência de governos e bancos, as transações são livres de taxas, e ninguém pode simplesmente confiscar valores. Outro ponto é a transparência; cada transação é registrada em um livro-razão público, conhecido como Blockchain.
Esse livro é fundamental, pois se alguém tentar alterar qualquer informação em um bloco de transação, isso afetará todos os blocos subsequentes. Como tudo é registrado publicamente, qualquer erro ou tentativa de fraude pode ser facilmente identificado e corrigido pelas pessoas.
A segurança das transações é garantida por assinaturas digitais que correspondem aos endereços de envio. No entanto, dependendo da plataforma de negociação, pode demorar alguns minutos para que uma transação de Bitcoin seja concluída, já que, em média, cada bloco leva cerca de 10 minutos para ser minerado.