Bitcoin chega a US$ 123 mil e Ethereum busca US$ 4 mil com apoio institucional
Nesta semana, o preço do Bitcoin atingiu uma nova marca histórica de US$ 123 mil, levando sua capitalização de mercado a mais de US$ 2,4 trilhões. Com essa crescimento, o Bitcoin superou gigantes como Amazon e Alphabet, se tornando o quinto ativo mais valioso do mundo, logo atrás de ouro, Microsoft, Apple e Nvidia.
Thiago Fagundes, diretor de negócios do Mercado Bitcoin, vê esse novo patamar como um símbolo de maturidade para a criptomoeda. Ele explica que esse crescimento é impulsionado por fatores como os investimentos recordes em ETFs de Bitcoin nos Estados Unidos, a expectativa de cortes de juros e a evolução de projetos de lei regulatórios no Congresso americano. O Bitcoin se posiciona assim como uma reserva de valor reconhecida por investidores institucionais.
Outro dado interessante é sobre Satoshi Nakamoto, o criador do Bitcoin, que, se for uma única pessoa, se tornou a 12ª mais rica do mundo, ultrapassando até Bill Gates. Sua fortuna, com cerca de 1,1 milhão de BTCs, está estimada em mais de US$ 130 bilhões, tudo isso sem realizar vendas ou aparecer publicamente.
Denise Cinelli, COO da CryptoMKT, também reflete sobre essa transformação no comportamento dos investidores, que estão começando a ver o Bitcoin não apenas como um ativo especulativo, mas sim como uma forma de proteção contra a instabilidade econômica e geopolítica. Apesar da empolgação geral, Denise alerta para a importância de agir com prudência. “Informação, educação financeira e acompanhamento constante do mercado são fundamentais para tomar decisões acertadas”, destaca.
Ela observa que tanto os entusiastas quanto novos investidores estão enxergando o Bitcoin como uma reserva de valor global. No entanto, mesmo em tempos de alta, é crucial entender que o mercado de criptomoedas ainda apresenta riscos. A adoção consciente é, portanto, o melhor caminho para aproveitar as oportunidades sem se expor a riscos desnecessários.
Ethereum em US$ 4 mil
Enquanto o Bitcoin brilha, alguns analistas acreditam que o momento é das altcoins, especialmente o Ethereum, que pode superar o BTC em valorização. Nic Puckrin, analista de criptomoedas e fundador do The Coin Bureau, afirma que o Ethereum voltou a crescer, subindo cerca de 23% na última semana e se mantendo acima de US$ 3.500. Para ele, é impressionante a recuperação que o ETH teve, especialmente em comparação com meses atrás.
Ele acredita que o Ethereum pode atingir a meta de US$ 4.000 em breve, caso ultrapasse a resistência de US$ 3.800. Contudo, ele ressalta que tudo que sobe, eventualmente, desce — uma verdade que não deve ser esquecida em tempos de euforia.
Ana de Mattos, analista técnica e trader da Ripio, também destaca a recente valorização do Ethereum, que, em apenas cinco dias, subiu 25%, atingindo US$ 3.673, um valor não visto desde janeiro. Ela menciona que o fluxo comprador está forte, sugerindo que o preço pode buscar as resistências em US$ 3.740 e US$ 3.900, enquanto os suportes estão em US$ 3.400 e US$ 2.990.
Apesar da alta, é hora de vender BTC e comprar ETH
Kevin Rusher, que lidera o ecossistema de financiamento da Real World Asset (RWA), observa que o Ethereum superando US$ 3.600 não é apenas uma flutuação de mercado. Para ele, estamos vendo uma mudança significativa na dominância do Bitcoin, com o ETH começando a se destacar.
Ele comenta que esse crescimento, que não é baseado apenas em especulação, é impulsionado por um comportamento institucional sólido. Muitas empresas, como a Sharplink Gaming e a BitMine, estão adquirindo ETH para seus balanços patrimoniais, o que indica uma confiança de longo prazo nesse ativo.
O Ethereum está se tornando, gradualmente, um ativo financeiro mais programável e com maior retorno, visto não apenas como um instrumento de especulação, mas como uma reserva de valor. Esse novo cenário, apoiado por um fluxo considerável de capitais, pode deixar o ETH pronto para arrasar, tanto em preços quanto na evolução das finanças descentralizadas.
Altseason não é igual alta para todas as altcoins
Jesús Carreño, especialista na MEXC, acredita que o desempenho do Ethereum mostra como o ecossistema blockchain está amadurecendo. O interesse institucional tem crescido, especialmente com a expectativa da aprovação e lançamento de ETFs de Ethereum.
Diferentemente de ciclos passados, essa possível “altseason” deve beneficiar apenas os projetos com fundamentos sólidos, como ETH e SOL, em vez de gerar um rali especulativo em todo o mercado. Com quase 30% do suprimento total de ETH em staking, a oferta circulante diminui, o que potencializa a escassez e aumenta a demanda ao longo prazo.
Israel Buzaym, da Bybit, compara o Bitcoin ao ouro digital e o Ethereum ao sistema financeiro. Ambos se complementam, assim como ouro e prata fizeram no passado.
Por fim, a expectativa por uma nova atualização da rede e os avanços no ecossistema DeFi prometem manter os fundamentos do Ethereum fortalecidos. Nos próximos dias, a tendência ainda parece ser de alta, sempre que os padrões técnicos e o interesse institucional se mantenham firmes.