Bitcoin despenca para menos de US$ 109 mil após inflação nos EUA
O Bitcoin, apesar de ter apresentado um pequeno crescimento recentemente, acabou enfrentando uma queda significativa. Isso aconteceu após a divulgação do Bureau of Labor Statistics dos EUA, que revelou que a inflação em agosto ficou em 2,7% em relação ao mesmo mês do ano passado, um leve aumento em comparação aos 2,6% registrados em julho. Quando a gente olha para o núcleo da inflação, ou seja, excluindo os preços voláteis de alimentos e energia, a taxa foi de 2,9% em comparação com agosto de 2024.
Fabian Dori, diretor de investimentos do Sygnum Bank, explicou que essa situação leva os formuladores de políticas a tentarem equilibrar a inflação estável com os sinais de um mercado de trabalho que parece mais fraco. Para os investidores, isso gera um cenário duplo: se a inflação continuar a cair, os ativos mais arriscados podem receber um suporte com a expectativa de um ciclo de flexibilização da moeda. Contudo, surpresas em dados futuros podem impactar as expectativas sobre a redução de juros, o que poderia pressionar os mercados e fortalecer o dólar.
Atualmente, o Bitcoin está em queda de mais de 2% nas últimas 24 horas, valendo cerca de US$ 108.930. No último mês, ele acumulou uma desvalorização de 6,4%.
Semana Tensa para o Bitcoin
A semana não foi nada fácil para a criptomoeda mais famosa do mundo. Ontem, mais de US$ 1 bilhão em contratos futuros foram liquidados em apenas um dia. O preço dos ativos caiu de forma geral, incluindo o Bitcoin. Para piorar, a situação não melhorou muito nesta manhã, com quase US$ 970 milhões em contratos sendo fechados. Desses, US$ 852 milhões eram apostas na alta dos preços.
Entre as liquidações, um contrato de US$ 19,2 milhões de ETH-USDT na corretora HTX, com sede em Cingapura, se destacou, segundo a CoinGlass. Parte dessa pressão de mercado pode ser atribuída às novas tarifas que o ex-presidente Donald Trump anunciou para entrar em vigor a partir de 1º de outubro. Essas tarifas incluem um imposto de 100% sobre medicamentos de marca, 25% sobre caminhões pesados e 50% sobre armários de cozinha.
Dean Chen, analista da Bitunix, comentou que a inflação se manteve no nível esperado, o que ajudou a evitar reações mais extremas do mercado. No entanto, as tarifas elevadas podem gerar uma pressão inflacionária passageira, afetando o crescimento econômico. O clima cauteloso persiste, com ativos de risco enfrentando dificuldades e a proteção contra a inflação ainda sendo uma preocupação.
Chen aconselhou aos traders de Bitcoin que mantenham a alavancagem sob controle e façam apostas de forma gradual. Para o Bitcoin, ele sugere que os investidores fiquem de olho em US$ 108.000 como um suporte e US$ 111.000 como resistência a curto prazo. O ex-presidente também fez críticas a Jerome Powell, presidente do Federal Reserve, utilizando suas redes sociais para expressar insatisfação com a gestão da inflação.
Mais Cortes de Juros pela Frente?
Os traders estão buscando indicações sobre os próximos passos do FOMC (Federal Open Market Committee) para a próxima reunião, que acontece em outubro. A ferramenta CME FedWatch aponta que há 87,7% de chances de o FOMC aprovar mais um corte de 25 pontos-base no próximo mês, uma leve queda em relação aos 91,9% da semana passada.
Em um pronunciamento recente em Rhode Island, Powell se mostrou menos alarmado com as novas tarifas do que era no início do ano. Ele acredita que os efeitos das mudanças significativas nas políticas ainda não se manifestaram plenamente. A perspectiva é que as tarifas causem um impacto pontual na inflação, sem grandes mudanças nos preços a longo prazo.