Bitcoin: nova regra fiscal nos EUA pode afetar preço hoje
O relatório recente da Casa Branca trouxe à tona uma proposta bem interessante sobre a tributação das recompensas de mineração de Bitcoin. A ideia é tributar apenas no momento da venda, em vez de no recebimento da criptomoeda. Isso se alinha mais ao que acontece com o ouro, simplificando as regras para os mineradores.
Atualmente, os mineradores precisam pagar imposto assim que recebem suas recompensas, mesmo que ainda não tenham vendido. Essa prática pode causar um desequilíbrio entre o imposto a ser pago e a receita real que eles geram. Com a nova proposta, a ideia é que o imposto seja aplicado somente depois da venda, o que pode gerar uma melhora nos lucros da mineração e atrair investidores de longo prazo.
### Apoio das Mineradoras
Empresas como a BitFuFu, uma das maiores mineradoras do mundo, estão apoiando essa mudança. Elas acreditam que essa nova abordagem pode facilitar a entrada de novos investidores, principalmente considerando que nos EUA os custos de energia são relativamente baixos, mesmo com algumas tarifas sobre equipamentos importados.
A proposta também sugere a criação de uma reserva estratégica de Bitcoin, que seria gerida pelo Tesouro dos EUA, utilizando ativos digitais confiscados. Embora ainda não existam muitos detalhes sobre isso, já mostra que o governo está reconhecendo a importância do BTC a longo prazo.
### Principais Pontos da Proposta
– Imposto da mineração tributado na venda, não no recebimento.
– Eliminação da ‘dupla tributação’ sobre as recompensas.
– Possibilidade de criação de uma reserva estratégica de Bitcoin pelo Tesouro.
### Pressões no Mercado de Bitcoin
Apesar das possibilidades apresentadas, o Bitcoin não está em um mar de rosas atualmente. Recentemente, os ETFs nos EUA tiveram saídas significativas, totalizando US$ 196 milhões apenas nesta terça-feira (5). Isso representa o quarto dia consecutivo de resgates, e desde julho, os fundos perderam mais de US$ 500 milhões. Esses números indicam uma diminuição na demanda institucional.
A situação econômica também não ajuda. O PMI de Serviços caiu para 50,1 em julho, sinalizando quase uma contração. Além disso, as tensões políticas, como novas tarifas sobre importações de tecnologia sugeridas por Donald Trump, afastaram investidores de ativos mais voláteis, como o Bitcoin.
Por outro lado, surgem sinais de otimismo, especialmente com a clareza regulatória em algumas regiões. No Japão, por exemplo, a SBI Holdings solicitou a liberação de um ETF para Bitcoin e XRP. Caso aprovado, seria um marco, já que seria o primeiro da Ásia envolvendo esses dois ativos. Isso poderia atrair mais investidores.
A SEC nos EUA também se pronunciou, afirmando que o staking líquido não é considerado uma oferta de valores mobiliários. Essa decisão é um alívio para muitas plataformas e elimina incertezas legais, especialmente para os protocolos que operam com Ethereum.
### Análise Técnica do Bitcoin
Em uma análise mais técnica, o Bitcoin está sendo negociado por volta de US$ 114.240 e permanece acima da média móvel de 50 períodos em um gráfico de 2 horas. Após tocar o suporte em US$ 112.641, o BTC formou um fundo mais alto, indicando um acúmulo por parte dos compradores. Contudo, o preço ainda enfrenta dificuldades em ultrapassar uma linha de tendência de baixa estabelecida desde o pico em julho.
O índice de força relativa (RSI) está neutro, por volta de 51. Para quem compra, um ponto-chave seria US$ 115.043. Um rompimento poderia levar a preços entre US$ 116.915 e US$ 118.878, onde há resistência. Se o preço não conseguir romper, há a possibilidade de nova queda. Os próximos suportes a serem observados estão em US$ 112.640, US$ 110.782 e US$ 109.075.
### Zona Crítica para o BTC
Por fim, Guilherme Prado, country manager da Bitget no Brasil, destaca que o Bitcoin está preso em uma faixa entre US$ 113.500 e US$ 114.500. Isso ocorre após a recente queda das máximas de julho, que chegaram perto de US$ 123.000. Neste momento, o cenário é de incerteza, com os compradores tentando retomar o controle em um mercado cauteloso. A pressão dos ETFs e a volatilidade das altcoins tornam tudo ainda mais complexo.
A expectativa gira em torno de um movimento mais claro que possa determinar o rumo do mercado nas próximas semanas.