Bitcoin se mantém em R$ 629 mil com risco de queda a US$ 95 mil
O preço do Bitcoin (BTC) hoje, 07 de agosto de 2025, está em R$ 629.772,56. Apesar de ter ensaiado uma recuperação com uma alta de quase 2% nas últimas 24 horas, a moeda acabou mantendo uma movimentação lateral, sem grandes surpresas.
Análise Macroeconômica do Bitcoin
Recentemente, a mudança na liderança da agência de estatísticas dos EUA gerou um clima de incerteza, especialmente em relação aos dados de inflação. Timothy Misir, chefe de pesquisa da BRN, apontou que essa instabilidade pode comprometer a confiança dos investidores. Ele mencionou a pressão política em relação ao Federal Reserve e como isso impacta os ativos de risco.
No cenário institucional, os ETFs de Bitcoin enfrentaram saídas líquidas de US$ 196 milhões, sendo que o IBIT da BlackRock e o FBTC da Fidelity foram os que mais sentiram essa pressão. Esse foi o quarto dia seguido de retiradas, somando US$ 1,46 bilhão. Segundo Misir, isso reflete um movimento defensivo do mercado, mas não necessariamente uma fuga estrutural.
Enquanto isso, os ETFs de Ethereum tiveram um dia melhor, captando US$ 77 milhões e recuperando parte das perdas anteriores. Apesar do ritmo mais lento em relação à semana passada, o ETH se mantém em alta durante períodos de volatilidade.
Análise Técnica do Bitcoin
Os indicadores técnicos estão alarmantes. O RSI do Bitcoin caiu para 35,8, indicando uma zona de sobrevenda, e os volumes de negociação (spot) diminuíram para US$ 7,5 bilhões, o que sugere baixa liquidez. Nos futuros, o open interest recuou para US$ 44,9 bilhões, com uma queda notável na alavancagem comprada.
Misir reforçou que o cenário atual é de defesa: “Não vemos capitulação, mas sim um desmonte controlado de posições alavancadas.” No mercado de opções, a busca por proteção contra quedas tem aumentado, mostrando que a cautela domina o mercado.
A distribuição de ativos da BRN mostra esse posicionamento defensivo: ETH com 43%, BTC com 32%, e pequenos percentuais em SOL, BNB e XRP. Apenas 5% está em stablecoins, visando movimentações táticas após a divulgação do CPI.
“Se o Bitcoin romper a barreira de US$ 112 mil, podemos ter novas liquidações. Mas, se se mantiver, há espaço para um repique técnico,” finalizou Misir.
Momento de Cautela
Mike Ermolaev, analista da Outset PR, aponta que o mercado está tensando e pode buscar uma queda para US$ 100 mil, especialmente após os dados fracos de emprego nos EUA. Ele observa que a saída de dinheiro institucional, com cinco dias seguidos de retiradas, pode acionar o pânico no varejo.
Ana de Mattos, analista técnica da Ripio, também destaca a necessidade de atenção. Embora o viés seja positivo, preços elevados podem levar a correções. Ela alerta para suportes importantes em US$ 112.000 e US$ 105.660, além de metas que variam entre US$ 123.200 e US$ 130.000.
Fatores como a guerra na Ucrânia e tensões entre EUA e China continuam a ser riscos. O simpósio de Jackson Hole pode ser decisivo para definir o rumo do mercado em setembro. Para quem tem um perfil conservador, manter ativos com fundamentos sólidos é a melhor estratégia.
Para Onde Vai o Preço do Bitcoin?
Paulo Aragão, do podcast Giro Bitcoin, nota que a queda do Bitcoin por seis dias seguidos é um sinal de alerta. O RSI semanal caiu abaixo da média móvel de 14 semanas, o que já ocorreu antes e resultou em quedas significativas.
Guilherme Prado, da Bitget, complementa que a pressão de vendas está presente e o cenário é de indecisão, com um RSI de 41,8, indicando tendênciainicialmente de queda, mas ainda sem sinais de sobrevenda. O BTC está em um ponto crítico: se perder a faixa de US$ 112.000, pode rapidamente testar os US$ 111.000 ou até US$ 110.000.
As criptomoedas que mais se valorizaram hoje foram Pol (POL), Pudgy Penguins (PENGU) e SPX6900 (SPX), com altas de 10%, 7% e 6%, respectivamente. Por outro lado, as que mais despencaram foram Mantle (MNT), Story (IP) e Monero (XMR), com quedas de -13%, -7% e -6% consecutivamente.
O Que é o Bitcoin?
O Bitcoin, ou BTC, é uma moeda digital que circula de forma eletrônica. Sem controle central, ele funciona em uma rede descentralizada, ou seja, nenhuma pessoa ou instituição domina suas transações. A quantidade de Bitcoins é limitada a 21 milhões, o que traz uma característica de escassez.
Criado em 2009 por um programador ou grupo anônimo sob o nome de Satoshi Nakamoto, o BTC não pode ser impresso, e sua transparência é um trunfo. Cada transação é registrada em um livro-razão público, chamado Blockchain, que garante a segurança e integridade dos dados.
Uma das maiores vantagens do Bitcoin é a autonomia que oferece aos usuários. Ao contrário dos sistemas tradicionais, onde bancos e governos podem interferir, as transações de Bitcoin acontecem sem a necessidade de intermediários.
No fim, a cada transação é realizada com segurança, e o processo de verificação, que pode levar alguns minutos, é parte do que garante a confiança nesse ativo digital.