Bitfarms inicia recompra de ações durante transição para IA e HPC
A Bitfarms, uma das principais empresas de mineração de Bitcoin, anunciou que vai iniciar um programa de recompra de ações. A ideia é recomprar até 49,9 milhões de ações ordinárias, o que representa cerca de 10% do que está disponível no mercado público. Esse processo vai ocorrer nos próximos 12 meses.
Recentemente, a Bolsa de Valores de Toronto (TSX) deu o sinal verde para o programa, que inclui compras nas bolsas de Toronto e Nasdaq. Após essa notícia, as ações da Bitfarms na Nasdaq tiveram um crescimento expressivo de 16,8% no fechamento do dia. Na TSX, a empresa tem um limite diário de compra que é de 494.918 ações, sendo que na Nasdaq o total de recompras não pode passar de 5% das ações disponíveis durante o período do programa.
O que vai acontecer com essas ações recompradas? Elas serão canceladas, o que reduz a quantidade total de ações em circulação. Esse movimento pode valorizar os papéis restantes que os investidores já possuem.
O CEO da empresa, Ben Gagnon, destacou que essa recompra mostra a confiança que a gestão tem nos negócios da Bitfarms e sugere que seus papéis estão subvalorizados. Além disso, ele mencionou a entrada da Bitfarms em áreas como computação de alto desempenho (HPC) e data centers para inteligência artificial (IA). Gagnon também falou sobre o potencial energético da empresa na Pensilvânia como um fator importante para o crescimento futuro.
Fundada em 2017, a Bitfarms hoje opera 15 data centers de mineração de Bitcoin em países como Estados Unidos, Canadá, Argentina e Paraguai. As ações da empresa são negociadas sob o ticker BITF nas bolsas TSX e Nasdaq.
Bitfarms se reposiciona como empresa de IA e HPC
A recompra de ações surge em um momento em que a Bitfarms está se transformando. A companhia quer ser mais do que uma mineradora de Bitcoin, focando também em infraestrutura para aplicações de IA. Essa estratégia tem como objetivo se proteger contra possíveis tensões comerciais, principalmente ao aumentar a presença nos Estados Unidos.
Essa mudança não é única da Bitfarms; muitas mineradoras estão buscando diversificar seus negócios. Após o halving do Bitcoin em 2024, que afetou os lucros do setor, essas empresas percebem que já possuem o equipamento e a infraestrutura necessários para atuar em HPC. Estudos já indicam que as mineradoras estão se voltando para a hospedagem de data centers de IA como uma forma de aumentar a receita.
No último relatório financeiro, a Bitfarms reportou um prejuízo líquido de US$ 36 milhões no primeiro trimestre de 2025, um aumento em relação ao prejuízo de US$ 6 milhões no mesmo período do ano passado. O relatório ainda revelou que a margem de lucro bruto caiu de 43% para 63% ano a ano, refletindo o impacto do halving sobre os mineradores.
Outra novidade é que a Bitfarms garantiu uma linha de crédito de US$ 300 milhões com o Macquarie, destinada a expandir uma instalação de HPC na Pensilvânia. Para isso, a empresa vendeu seu local de mineração no Paraguai para a Hive Digital por US$ 85 milhões.
Gagnon comentou sobre as ações que a empresa tomou durante o trimestre, ressaltando que cada uma delas foi parte de uma estratégia de reposicionamento focada nos Estados Unidos e em HPC. Em 2025, a Bitfarms conseguiu minerar 693 BTC, com custo médio de produção por unidade em US$ 47.800.