BlackRock diz que comprar Bitcoin pode aumentar lucros
Nesta segunda-feira, durante o evento DAC Insiders promovido pelo Mercado Bitcoin, a BlackRock trouxe uma informação interessante: investir em Bitcoin pode realmente aumentar os lucros de uma carteira diversificada. Cristiano Castro, diretor de desenvolvimento de negócios da gestora aqui no Brasil, explicou que incluir a criptomoeda em um portfólio tradicional pode não só elevar a rentabilidade, como também reduzir a volatilidade ao longo do tempo.
O estudo da BlackRock analisou uma composição comum de portfólio no Brasil, que continha 30% em ações da Bovespa, 40% em CDI e 30% em IMA-B. O retorno anualizado, nesse modelo, foi de 10,56%, com uma volatilidade de 8,06%. Mas o que acontece quando se adiciona Bitcoin nas proporções de 1%, 3% ou 5%? O desempenho melhorou significativamente: com apenas 1% do ativo, o retorno anualizado aumentou para 11,47%, enquanto a volatilidade caiu para 7,91%.
Esses dados sugerem que o Bitcoin não é só uma aposta arriscada, mas uma peça fundamental para diversificar e potencializar investimentos. Castro ressaltou que a adoção do Bitcoin está ocorrendo a uma velocidade impressionante, mais rápida até do que a que vimos com a internet e os celulares em seus primórdios. Para ele, estamos apenas no início dessa jornada, e a tendência é que o mercado se expanda à medida que novas gerações, como os millennials, que já investem mais em criptomoedas do que em ações ou fundos tradicionais, se tornem protagonistas econômicos.
Comprar Bitcoin
O executivo mencionou um exemplo interessante: o iShares Bitcoin Trust (iBIT), que estabeleceu um recorde como o fundo mais rápido a alcançar US$ 50 bilhões em ativos. Esse marco foi atingido em poucos meses, enquanto outros fundos levaram anos para atingir marcas semelhantes. Castro acredita que essa adoção rápida não só legitima o mercado, mas também atrai novos investidores para a BlackRock.
Outro ponto importante mencionado foi a desvalorização do dinheiro tradicional. Um dólar de 1913, por exemplo, vale apenas três centavos hoje. Desde os anos 2000, o real perdeu cerca de 98% do seu valor, o que reforça a ideia do Bitcoin como uma reserva moderna de valor, capaz de proteger patrimônios da inflação.
Durante anos, a alta volatilidade do Bitcoin foi motivo de críticas, mas os dados mostram uma mudança nesse cenário. A oscilação do preço da criptomoeda tem diminuído aos poucos, aproximando-se do comportamento de ativos mais tradicionais. Essa tendência sugere que o Bitcoin está se preparando para ser um player importante em portfólios institucionais.
Bitcoin como maior retorno
A pesquisa da BlackRock também destacou que, em várias ocasiões, o Bitcoin figurou entre os ativos com os melhores retornos, superando até mesmo ouro, ações e títulos. Essa performance, combinada com a diminuição da volatilidade, explica porque gestoras respeitáveis começaram a vê-lo como parte essencial de uma diversificação global.
Castro também analisou o desempenho do Bitcoin em tempos de crise, como durante a invasão da Ucrânia e a pandemia de Covid-19. Ele mencionou que em 2022, enquanto muitas bolsas ocidentais estavam fechadas, o Bitcoin continuava disponível, oferecendo uma vantagem significativa.
A negociação constante da criptomoeda tira proveito da falta de integração entre diferentes bolsas globais, tornando-se uma opção atraente em momentos de incerteza e necessidade de liquidez. A BlackRock acredita que, mais do que discutir a proporção de alocação a ser investida em Bitcoin, o essencial é dar o primeiro passo e incluí-lo na carteira de investimentos.
Adicionar o Bitcoin, mesmo que em pequenas quantidades, já pode melhorar o equilíbrio entre risco e retorno, tornando o portfólio mais eficiente. A mensagem é clara: a porta de entrada para o universo das criptomoedas já está aberta e vale a pena atravessar.