BlackRock planeja tokenizar ETFs no setor de finanças digitais
Após o sucesso do seu fundo de Bitcoin, a BlackRock anunciou um passo bem interessante: ela quer levar ETFs, ou fundos negociados em bolsa, para o universo da blockchain através da tokenização. Essa novidade foi divulgada pela Bloomberg na última quinta-feira.
De acordo com fontes que falaram com a publicação, a BlackRock, que é a maior gestora de ativos do mundo, planeja usar a tecnologia blockchain em produtos mais tradicionais do mercado financeiro, como ETFs atrelados a ações. Essa estratégia poderia facilitar o acesso a novos investimentos e será um marco na digitalização das finanças.
Essa iniciativa vem na esteira do sucesso do fundo tokenizado BlackRock USD Institutional Digital Liquidity (BUIDL), lançado em março do ano passado. Em apenas quatro meses, ele já tinha distribuído mais de US$ 2 milhões em dividendos — um recorde notável na época.
A tokenização é um processo que permite criar versões digitais de ativos tradicionais. Isso significa que a negociação pode ocorrer 24 horas por dia, com acesso global e novas funcionalidades, como usar ativos como garantias em redes de criptomoeda. Especialistas veem os ETFs como um laboratório para essa transição, especialmente após os primeiros testes com fundos do mercado monetário.
Larry Fink, o CEO da BlackRock, acredita que todos os ativos poderão ser tokenizados no futuro. No entanto, é importante ressaltar que existem desafios a serem enfrentados, como as questões regulatórias e operacionais. Isso acontece porque ETFs operam com câmaras de compensação tradicionais, enquanto tokens podem circular de forma instantânea. Apesar desses obstáculos, a BlackRock mostra que Wall Street está se abrindo mais para a tecnologia blockchain.
ETF de Bitcoin da BlackRock
O ETF de Bitcoin que a BlackRock lançou em janeiro do ano passado, chamado iShares Bitcoin Trust (IBIT), rapidamente se tornou um destaque. Ele bateu recordes ao atingir US$ 70 bilhões em junho deste ano, superando o ETF de ouro SPDR Gold Shares (GLD), que até então detinha o título.
O IBIT é, sem dúvida, o ETF mais popular entre os fundos que seguem o preço do Bitcoin. Ele permite que os investidores tenham exposição às variações de preço do ativo, neste caso o BTC, sem precisar comprá-lo diretamente. Isso traz uma série de vantagens para quem quer investir no universo das criptomoedas sem as complicações de uma compra direta.