BlackRock planeja tokenizar seus ETFs, informa Bloomberg
A BlackRock, uma das maiores gestoras do mundo com US$ 11 trilhões sob gestão, está de olho em uma inovação interessante: tokenizar seus ETFs. Essa mudança permitiria que esses fundos fossem negociados 24 horas por dia, sete dias por semana, além de possibilitar sua divisão em frações menores. As informações sobre essa estratégia foram reveladas pela Bloomberg recentemente, citando fontes próximas da empresa.
Essa abordagem é um pouco oposta ao que a BlackRock fez com seu ETF de Bitcoin, o IBIT. A gestora já tinha dado um passo nesse sentido ao lançar, em março de 2024, o BUIDL, um fundo focado em Ativos do Mundo Real.
BlackRock está planejando tokenizar seus ETFs
Dentre os 50 maiores ETFs do mercado, 20 são gerenciados pela BlackRock. Alguns deles são bem conhecidos, como o IVV, que replica o desempenho do S&P 500 e conta com impressionantes US$ 659,5 bilhões. Outro exemplo é o IEFA, que acompanha o MSCI EAFE e possui cerca de US$ 153,2 bilhões. Para se ter uma ideia do que isso representa, o IBIT, que é o ETF de Bitcoin da BlackRock, está avaliado em US$ 83,7 bilhões atualmente.
A ideia é que esses ETFs, exceto o IBIT, sejam tokenizados justamente para facilitar o acesso, permitindo que sejam negociados a qualquer hora, sem depender do expediente das bolsas de valores. É como se a BlackRock quisesse não apenas trazer o Bitcoin para o mundo financeiro, mas também levar um pedacinho desse mundo direto para o mercado de criptomoedas.
Esses tokens funcionariam de forma semelhante às stablecoins, mas em vez de serem atrelados ao dólar, teriam uma relação um a um com cada ETF que representarem. Além do BUIDL, a BlackRock também já testou a negociação de fundos tokenizados em parceria com a Onyx, uma plataforma criada pelo JPMorgan.
Embora essa ideia seja promissora, o lançamento desses produtos para o público vai depender da aprovação das autoridades regulatórias. À medida que essa proposta avança, podemos esperar mais atualizações.
Setor de RWA ainda é pequeno, mas pode ser uma grande oportunidade
Quando falamos sobre o setor de Ativos do Mundo Real (RWA), as estimativas sobre seu tamanho variam bastante. O CoinMarketCap aponta que esse segmento está avaliado em US$ 2,2 bilhões, enquanto o CoinGecko acha que esse valor sobe para US$ 67,3 bilhões ao incluir criptomoedas que lidam com essa tecnologia, como Chainlink (LINK), Stellar (XLM) e Ondo (ONDO), além dos próprios ativos.
Por outro lado, o RWA.xyz mostra que o mercado gira em torno de US$ 29 bilhões, com US$ 16,6 bilhões em crédito privado, US$ 7,4 bilhões em títulos do Tesouro americano e outros US$ 2 bilhões em commodities, como ouro. Independentemente de qual número considerar, todos ficam bem distantes dos impressionantes US$ 4 trilhões do setor de criptomoedas.
Contudo, essa discrepância pode ser vista como uma grande oportunidade para quem se adaptar rapidamente a essa nova tecnologia. Assim, a BlackRock pode estar se posicionando à frente de suas concorrentes nesse cenário em evolução.