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Blockstream lança ‘Simplicity’ para contratos inteligentes no Bitcoin

A Blockstream, empresa criada por Adam Back, apresentou na última quinta-feira (31) uma nova linguagem de programação chamada Simplicity. O objetivo é trazer contratos inteligentes mais avançados para o Bitcoin, o que pode ser um grande passo para a rede.

Essa linguagem promete ser mais segura e sofisticada do que as que já conhecemos, como o Bitcoin Script e até o EVM do Ethereum. Adam Back destacou que, ao contrário de outras linguagens, a Simplicity não é Turing-completa. Isso significa que ela foi projetada para realizar funções de forma segura, evitando problemas como loopings infinitos.

Um exemplo que ilustra a necessidade dessa inovação é o recente hack de R$ 8,2 bilhões da Bybit, que evidenciou as fragilidades das carteiras de hardware, especialmente quando se trata de contratos inteligentes. Esse assunto já havia sido comentado por Adam Back em fevereiro.

Simplicity promete ser a solução definitiva para trazer DeFi para o Bitcoin

Há duas correntes de pensamento na comunidade do Bitcoin. Alguns acham que a rede deve se concentrar apenas no BTC, enquanto outros acreditam que incorporar diferentes ativos pode aumentar seu uso e atrair mais usuários.

A linguagem Simplicity será utilizada inicialmente na Liquid, que é uma sidechain do Bitcoin. A Blockstream menciona que, no futuro, a Simplicity poderá ser aplicada diretamente na rede principal do Bitcoin, mas isso dependerá do consenso da comunidade.

Adam Back comentou: “A Simplicity na Liquid é só o começo. Queremos ouvir a comunidade e, com isso, avançar para ativar na rede de testes do Bitcoin.” Com essa nova ferramenta, acreditam que haverá uma base sólida para desenvolver aplicações financeiras sérias, sem os riscos complicados que marcaram a era anterior do DeFi.

Para os desenvolvedores, a facilidade de escrever, ler e executar código é um dos grandes atrativos da Simplicity, o que justifica seu nome.

Simplicity também traz os polêmicos ‘covenants’ à mesa

Uma das ideias que gerou mais discussão é a introdução de covenants, um conceito que ficou famoso quando foi planejado no BIP-119, através da função OP_CHECKTEMPLATEVERIFY (CTV). Essa função permite a definição de regras que determinam como o Bitcoin pode ser gasto, usando cofres e condições personalizadas.

Para que os covenants sejam implementados diretamente no Bitcoin, a Simplicity precisaria ser integrada ao protocolo por meio de um soft fork. Quem sabe essa nova abordagem consiga mudar a visão crítica de figuras influentes, como Andreas Antonopoulos.

Recentemente, Cobra, um dos donos do Bitcoin.org, fez um alerta sobre a importância de agir rapidamente. Ele lembrou que temos uma oportunidade única, onde cerca de 10.000 pessoas podem influenciar a mudança do protocolo Bitcoin para melhor.

Essa discussão sobre como expandir a capacidade do Bitcoin é ampla. Além da Simplicity, outra proposta que vem ganhando destaque é a Botanix, que também se foca em contratos inteligentes, prometendo trazer ainda mais inovação.

Rafael Cockell

Administrador, com pós-graduação em Marketing Digital. Cerca de 4 anos de experiência com redação de conteúdos para web.

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