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Brasil se destaca no Citi como modelo para ‘Pix Global’ com tokenização

As stablecoins e a tokenização estão abrindo caminho para um sistema de pagamentos global que poderia funcionar 24 horas por dia, sete dias por semana — imagina um “Pix Global”. No entanto, o maior desafio para que isso aconteça é a regulação.

O Brasil se destaca como um verdadeiro laboratório para inovações financeiras, com iniciativas como o Pix e o open finance, tudo isso com o suporte do Banco Central. Para Steve Donovan, o responsável pelos serviços do Citi na América Latina, esse é o cenário perfeito para testar novas soluções com a ajuda dos reguladores.

Donovan está empenhado em construir um arcabouço regulatório que dê vida ao que ele chama de “Santo Graal” das transações financeiras. A ideia é criar uma plataforma de pagamentos instantâneos que use stablecoins e a tokenização, trazendo a tecnologia blockchain para o dia a dia. Nesse contexto, o Citi já possui experiência, usando seu próprio token para transferências entre os países onde atua.

Recentemente, com a aprovação da Lei Genius nos Estados Unidos, que trouxe regras claras sobre criptoativos atrelados ao dólar, a CEO do Citi, Jane Fraser, levantou a possibilidade de criar uma stablecoin própria ou de adotar depósitos tokenizados. Isso seria semelhante ao que o Banco Central do Brasil propôs para o Drex.

Donovan também observa que, por mais que ainda existam barreiras culturais, tudo aponta para um futuro financeiro mais integrado e tokenizado. Essa pode ser a maneira mais eficiente de unificar as diversas estruturas dos mercados financeiros, que hoje seguem regras diferentes.

Essa nova economia tokenizada: o espaço para todos

Donovan acredita que esse futuro financeiro tokenizado será inclusivo, abrindo oportunidades tanto para grandes instituições financeiras quanto para fintechs e startups de criptomoedas. “A nossa meta é movimentar dinheiro constantemente em todos os mercados do mundo”, afirma ele.

Embora o Citi tenha uma presença forte em mais de 140 países, Donovan reconhece que as inovações trazidas pelas fintechs serão essenciais para atrair mais usuários, assim como já tem acontecido. Ele destaca que, desde o início, o banco encarou as fintechs como aliadas, não como concorrentes.

Essa colaboração tem sido importante para promover a inclusão e inovar, especialmente no Brasil e na América Latina. Donovan tem participado ativamente das discussões sobre a regulação de stablecoins junto ao Banco Central. Apesar de alguns pontos controversos nas propostas, como restrições nas transferências entre diferentes tipos de carteiras, ele acredita que as normas que estão sendo elaboradas no Brasil trarão um desenvolvimento positivo para o setor.

“Olhem para o Brasil como exemplo”, recomenda Donovan. País que, segundo ele, é um verdadeiro pioneiro na América Latina em temas como open finance e inclusão financeira. O Banco Central já anunciou que a regulação do mercado de stablecoins deve ser implantada até 2025, mostrando que o país está mesmo no caminho certo para inovações financeiras.

Rafael Cockell

Administrador, com pós-graduação em Marketing Digital. Cerca de 4 anos de experiência com redação de conteúdos para web.

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