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Briga tarifária provoca volatilidade, mas mantém debasement trade

O Bitcoin passou por momentos intensos nas últimas semanas. Depois de alcançar o seu topo histórico de US$ 125.750, a moeda digital atraiu a atenção do varejo. Porém, essa alta não se sustentou. Em apenas 12 dias, o preço desabou, rompendo importantes suportes, especialmente após o aumento das tensões na guerra comercial entre EUA e China.

Um rompimento efêmero

O salto do Bitcoin de US$ 108 mil para US$ 123 mil foi impulsionado por squeezes de shorts e pela forte entrada de dinheiro em ETFs, que totalizou mais de US$ 875 milhões em 7 de outubro. Apesar desse impulso, o preço não conseguiu se manter e caiu novamente para a casa dos US$ 122 mil. Muitos investidores acreditavam que a continuidade da alta estava garantida, mas os dados indicam que, sem uma demanda orgânica, esse rompimento falhou.

Houve uma acumulação por holders que possuem entre 100 e 1.000 BTC, mas o cenário não era tão positivo. A oferta ilíquida estava em 72%, o que expôs a fragilidade do mercado. Isso significa que, sem o suporte de novas demandas, a alta não se sustentou. Em um pano de fundo mais amplo, as altcoins também sofreram, com algumas, como a Cardano, vendo seus preços despencarem até 65% em um momento, embora tenham conseguido recuperar parte das perdas.

Influências macroeconômicas: Bolas, ouro e o que significa para as criptos

Enquanto isso, as bolsas americanas e o ouro continuam quebrando recordes históricos, mesmo com o embate entre EUA e China. O índice Russell 2000, que mede as pequenas empresas, segue em alta, respaldado pela ideia de que o Federal Reserve (FED) pode estar um pouco atrasado nas suas decisões econômicas.

Em outubro, muitos investidores começaram a migrar suas atenções do dólar para o ouro e o Bitcoin, algo que chama de “debasement trade”. O índice DXY, que mede a força do dólar, caiu de 108 pontos para 96, uma queda significativa que mostra que o mercado está questionando a força da moeda americana.

Nos EUA, a narrativa de uma recuperação econômica ainda está firme, especialmente com a expectativa de cortes de juros mais ágeis. Essa confiança se reflete nas bolsas, principalmente no Dow Jones e no Russell. Além disso, o avanço da inteligência artificial está elevando as expectativas sobre o Nasdaq, alimentando ainda mais a confiança dos investidores.

Recentemente, a entrada da Robinhood no S&P 500 foi notável, trocando a Caesars Entertainment. Essa mudança sinaliza uma nova fase para a fintech e gerou um fluxo de capital que poderá beneficiar ativos digitais como ETFs de Bitcoin e Ethereum.

O que está acontecendo com o Ethereum nas últimas semanas?

A participação do Bitcoin no mercado caiu de 60,5% para menos de 58% no começo de outubro. Isso sinaliza uma rotação em direção a outras altcoins. Os inflows para ETFs de Ethereum somam US$ 3,2 bilhões por semana, o que mostra que o interesse por essa moeda continua forte. Enquanto isso, o índice de dominância do Bitcoin permanece em 57%, o que torna a competição acirrada entre as criptomoedas.

Recentemente, o Ethereum teve dificuldades para romper a barreira de US$ 4.750, um nível importante. A correção atual pode ser uma chance para quem está de olho em compras a curto prazo, embora seja necessário manter cautela, especialmente em tempos de alta volatilidade e incertezas, como as tensões comerciais entre EUA e China.

Rafael Cockell

Administrador, com pós-graduação em Marketing Digital. Cerca de 4 anos de experiência com redação de conteúdos para web.

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