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China afirma que EUA roubaram US$ 13 bilhões em Bitcoin

Um órgão de segurança cibernética da China está apontando o governo dos EUA como responsável por um roubo de criptomoedas que já se arrasta há anos. A história gira em torno do ataque ao pool de mineração LuBian, ocorrido em 2020, e que resultou na perda de impressionantes 127 mil Bitcoins, atualmente avaliados em aproximadamente 13 bilhões de dólares.

O Centro Nacional de Resposta a Emergências de Vírus de Computador da China (CVERC) divulgou um relatório no último domingo, afirmando que o Departamento de Justiça dos EUA (DOJ) confiscou os Bitcoins roubados da LuBian. Essa apreensão foi anunciada pela primeira vez há cerca de um mês.

No cerne do caso, estão suspeitas que envolvem Chen Zhi, o presidente do Prince Group, do Camboja. Chen está sendo indiciado nos EUA por alegadamente liderar um grande esquema de fraudes envolvendo criptomoedas, o que adiciona uma camada extra à trama já complexa.

O relatório chinês detalha a linha do tempo e as técnicas usadas no ataque, sugerindo que ele foi realizado com ferramentas sofisticadas, talvez por um grupo de hackers com vínculos estatais. Essa informação foi extraída de uma reportagem do Global Times, um jornal estatal que pertence ao Partido Comunista da China.

O ataque em si passou quase quatro anos sem ser descoberto. No ano passado, os Bitcoins começaram a ser movimentados entre carteiras, e em agosto deste ano, uma empresa de análise chamada Arkham revelou que esses endereços estavam associados ao governo americano, que, em outubro, tornou o caso público.

Os EUA defendem sua ação como legítima, apontando que os Bitcoins confiscados estavam ligados a atividades criminosas. Segundo eles, Chen Zhi estava à frente de uma rede de fraudes do tipo “pig butchering”, que enganava pessoas com promessas de investimentos em criptomoedas.

O DOJ também alegou que, parte do dinheiro gerado por essa rede de fraudes foi usado para adquirir iates, obras de arte e imóveis de luxo. Eles caracterizaram essa apreensão como a maior já realizada nos EUA, superando até mesmo casos ligados à famosa Silk Road.

Entretanto, a análise do CVERC questiona essa narrativa americana, sugerindo que a apreensão poderia ser o desfecho de uma operação orquestrada pelos mesmos hackers que realizaram o roubo inicial.

Esse cenário provoca uma série de reflexões sobre segurança no universo das criptomoedas e como as fraudes podem se entrelaçar com questões de Estados.

Rafael Cockell

Administrador, com pós-graduação em Marketing Digital. Cerca de 4 anos de experiência com redação de conteúdos para web.

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