Alena Vranova, a mente por trás da SatoshiLabs e da Trezor, trouxe uma novidade animadora para o universo das criptomoedas. A fundadora anunciou um serviço inovador para proteger investidores de Bitcoin e outras moedas digitais. Além de um aplicativo, a proposta inclui treinamentos com foco em segurança, especialmente contra sequestros.
Batizado de GLOK, que faz referência à geolocalização, o novo serviço chega em um momento crítico, onde os ataques físicos a investidores estão em alta. Somente em 2025, já foram reportados pelo menos 36 incidentes, incluindo um ataque a um dos fundadores da Ledger, concorrente da Trezor.
GLOK: uma solução para a segurança dos investidores de criptomoedas
Num panorama em que a segurança digital é tão importante quanto a proteção física, o GLOK traz à tona uma análise do aumento dos riscos desde os primeiros dias do Bitcoin. Quando a primeira carteira de hardware da Trezor surgiu, seu preço girava em torno de 1 Bitcoin, cotado a cerca de 90 dólares. No entanto, à medida que o valor da moeda crescia, também surgiam novas ameaças. A equipe do GLOK destacou que, com a alta do Bitcoin, a sofisticação das ameaças também aumentou, culminando na popularização do Ransomware como Serviço (RaaS).
Com a evolução do mercado, agora os investidores se deparam com ataques conhecidos como “ataques com chave-inglesa”. Essa expressão se refere à ideia de que, por mais segura que a tecnologia possa ser, um simples objeto de baixo custo pode anular essa segurança.
“Com o Bitcoin passando dos 100 mil dólares, as táticas de extorsão mudaram. As consequências já não envolvem apenas reputação e dinheiro; agora, a violência física também é uma realidade”, aponta um comunicado do GLOK.
Além disso, a empresa nota que, mesmo com algumas soluções já disponíveis no mercado, muitas delas se mostram intrusivas, atraindo ainda mais atenção indesejada dos criminosos. Para lidar com isso, eles criaram um aplicativo baseado no protocolo Nostr.
“O aplicativo GLOK é um software de geolocalização privado, feito para alertar usuários em situações perigosas, enviando mensagens a uma lista predefinida de contatos. Vamos formar um exército paralelo, privado e descentralizado de ‘anjos da guarda’!”
Ao contrário de opções centralizadas, o GLOK é de código aberto e prioriza a privacidade do usuário. Todas as funcionalidades são gratuitas, e o uso é bastante simples. Em situações de risco, basta um toque no botão para acionar contatos e, em casos permitidos, adicionar comentários.
Esse recurso é bastante útil, especialmente em eventos do setor, como conferências de criptomoedas, onde a comunidade pode se ajudar em momentos de necessidade.
No entanto, no momento, o aplicativo ainda não está disponível para download, mas é possível se cadastrar para ser um dos testadores por meio do site da GLOK.
A GLOK também oferece treinamento anti-sequestro
Enquanto o aplicativo busca aumentar a segurança de forma gratuita, a GLOK também disponibiliza cursos pagos para ensinar investidores a lidarem com situações de risco. Atualmente, o treinamento anti-sequestro acontece em Riga, Letônia, e custa 1.000 dólares (cerca de R$ 5.560), podendo incluir até cinco membros da família.
“Esse treinamento é feito para donos de Bitcoin e criptomoedas que podem não estar cientes dos riscos que enfrentam e que muitas vezes estão despreparados – física, mental ou taticamente – para lidar com possíveis cenários de sequestro.”
A empresa explica: “Apesar de medidas básicas de segurança digital, nosso treinamento preenche a lacuna entre tecnologia e as ameaças humanas, ajudando você a se manter seguro em situações difíceis”.
Os cursos incluem técnicas de fuga, autodefesa, avaliação de ambientes para evitar ataques e simulações de situações inesperadas, como abordagens forçadas e negociações de resgates.
Essas iniciativas ressaltam como a criminalidade aumentou junto com o valor do Bitcoin, uma realidade que chama a atenção para a importância de novas estratégias de segurança, que vão além do mundo digital.
