A Strategy, uma gigante do mercado que possui um enorme estoque de Bitcoin, sempre foi um mistério quando se trata de revelar seus custodiante. A empresa deixou claro que usa “diferentes arranjos de custódia”, o que significa que não há um único responsável pelos seus quase US$ 72 bilhões em BTC. Recentemente, um porta-voz da Coinbase confirmou que a exchange é uma das custodiante da Strategy, embora a empresa já tenha reconhecido isso publicamente antes.
Curiosamente, a Strategy não se manifestou sobre porque mantém o nome de seus custodiante em sigilo. Essa questão ganhou força após declarações polêmicas de Michael Saylor, o fundador da empresa. Em maio, ele disse que divulgar “provas de reservas” ou uma lista de custodiante seria uma “má ideia”, citando preocupações com segurança.
Enquanto isso, o CEO da Coinbase, Brian Armstrong, chegou a publicar no Twitter que sua empresa faz a custódia para oito das dez maiores empresas listadas que têm BTC em seus balanços patrimoniais. Isso deixou claro que a Coinbase está entre os custodiante da Strategy, mesmo que a própria Coinbase já tenha sido mencionada pela empresa em documentos anteriores.
Embora essas informações possam causar preocupação, a Strategy forneceu um certo nível de transparência à Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC). Em abril de 2023, a SEC questionou a empresa sobre como as falências recentes na indústria cripto poderiam impactá-la. Isso se deve aos escândalos de grandes players como FTX e Celsius. Na resposta ao pedido da SEC para que revelasse os nomes de seus custodiante, a Strategy invocou um regulamento que permite manter essas informações em sigilo.
O que se sabe é que a Strategy armazena seus Bitcoins em contas de “custodiante institucionais sediados nos EUA”, todos devidamente regulamentados. Isso ajuda a restringir a lista de possíveis custodiante. Entre as poucas empresas que possuem licenças para custódia no estado de Nova York, estão nomes como BitGo, Fidelity, e Gemini. A Coinbase, aliás, não é surpresa nesse contexto, já que foi através dela que a Strategy fez sua primeira compra de BTC.
Recentemente, plataformas de análise de blockchain apontaram que cerca de 70 mil BTC da empresa podem estar com a Fidelity. Embora a Fidelity não tenha confirmado isso, essa empresa é conhecida por priorizar a segurança e manter em sigilo as informações de seus clientes.
Outras empresas de menor notoriedade também estão na lista de possíveis custodiante. Por exemplo, a GMO-Z.com, do Japão, só faz a custódia de reservas em stablecoins. A Standard Custody & Trust Company teve uma trajetória discreta e focada na custódia institucional, enquanto a Bakkt Trust Company, que foi pioneira na custódia de Bitcoin regulada, já passou por várias mudanças.
Com tantos detalhes em jogo, é natural que os operadores dessa indústria fiquem atentos às estratégias e movimentos das grandes empresas. De fato, o mundo das criptomoedas está em constante evolução, e perguntas sobre segurança e transparência seguem sendo primordiais para os investidores e para o mercado como um todo.
