Coinbase propõe padrão para integração cross-chain na Ethereum
A Coinbase Payments acaba de dar um passo importante ao se juntar ao Open Intents Framework. O objetivo? Desenvolver padrões para transferências entre blockchains na rede Ethereum. Essa iniciativa surge como resposta ao aumento preocupante dos crimes envolvendo transações cross-chain, que já acumularam impressionantes US$ 21 bilhões em 2025, de acordo com um estudo da Elliptic.
Segurança Cross-Chain na Rede Ethereum
O Open Intents Framework foi criado para lidar com a fragmentação do ecossistema multichain da Ethereum. Agora, os usuários podem acessar aplicações DeFi, redes sociais e até mesmo IA de forma mais integrada e segura. Anteriormente, transferências entre diferentes blockchains exigiam vários passos complicados e lentos, mas isso está mudando.
O framework oferece ferramentas modulares e de código aberto que facilitam a conexão entre diferentes blockchains. Importante notar que a Elliptic identificou um crescimento alarmante do crime cross-chain: esse tipo de crime triplicou seu valor em dois anos. Em 2023, ele estava em US$ 7 bilhões, e, em 2025, já tinha alcançado US$ 21 bilhões.
Os vulneráveis repassam fundos utilizando DEXs, serviços de troca e pontes blockchain, e 33% das investigações envolvendo criptomoedas apontam para táticas que envolvem o uso de três ou mais blockchains diferentes.
Diante desse cenário, a visão do cofundador da Ethereum, Vitalik Buterin, ganha relevância, vindo a público em 2024 para defender a interoperabilidade através de propostas de melhoria, como:
- EIP-3370: endereços padronizados
- EIP-7683: protocolos de comunicação
- EIP-3668: acesso a dados off-chain
Pesquisadores da Ethereum Foundation já consideraram essa interoperabilidade como uma prioridade nas próximas semanas.
Como Funciona o Open Intents Framework
O Open Intents Framework traz uma nova abordagem para transações cross-chain, permitindo que os usuários expressem apenas a intenção final. Ao invés de realizar cada passo técnico, o usuário pode simplesmente indicar o resultado desejado. Por exemplo, ao querer trocar 100 USDC por 100 USDT entre as blockchains Base e Arbitrum, o sistema cuida de todo o processo nos bastidores.
É aí que entram os “solvers”, serviços especializados responsáveis por encontrar as rotas mais rápidas e eficientes para atender esses pedidos. Eles gerenciam a liquidação, o risco e a movimentação dos ativos até que o usuário receba o que pediu. O modelo é baseado em contratos inteligentes padronizados pela ERC-7683, o que garante a consistência nas interações entre blockchains. Para aumentar a segurança, o sistema adota múltiplas verificações, evitando assim falhas pontuais.
Evolução da Rede Ethereum e Interoperabilidade
A transformação da Ethereum em um ecossistema multichain teve início com soluções de camada 2. Esses avanços visam reduzir congestionamento e custos, permitindo que os usuários acessem DeFi na plataforma Arbitrum, redes sociais no Base e aplicações de IA no Mode.
O mês de agosto de 2024 foi fundamental, pois Buterin reafirmou a visão de que a interoperabilidade deve ser fluida. Ele defendeu a necessidade de colaboração da comunidade para resolver os desafios de compatibilidade entre soluções de camada 2.
No roadmap, propostas como a EIP-3370 e a EIP-3668 surgem como essenciais. O primeiro para facilitar a legibilidade dos endereços, e o segundo para permitir acesso confiável a dados fora da blockchain principal.
O foco da Ethereum Foundation está em melhorar a experiência do usuário, focando na interoperabilidade como a maior oportunidade para os próximos meses. Nesse sentido, estratégias que permitam ao usuário definir resultados e às redes realizar a execução permanecem na pauta, mas ainda existem desafios, como a latência nas liquidações.