A Coinbase, uma das principais plataformas de troca de criptomoedas, deu um salto significativo na App Store dos Estados Unidos, agora ocupando a 137ª posição. Esse movimento pode ser um indicativo de que os investidores de varejo estão começando a olhar novamente para o mercado de criptoativos.
Nos últimos 30 dias, a Coinbase teve um aumento de 65% em seu ranking na App Store, subindo da 386ª para a 137ª posição. E não é só isso: no mesmo período, o Bitcoin (BTC) também teve um crescimento de 10%. Essa movimentação faz a gente ficar curioso sobre o verdadeiro retorno do interesse popular pelas criptos.
Picos anteriores de mercado de alta: Coinbase estava entre os 175 melhores
Recentemente, o Bitcoin atingiu uma nova máxima histórica, chegando a US$ 122.884, e atualmente está sendo negociado a cerca de US$ 118.294. Esses números fazem a gente pensar em como a relação entre o desempenho do preço e o uso de apps como a Coinbase podem sinalizar tendências do mercado. Em momentos de alta, a Coinbase já se posicionou entre os 175 apps mais baixados, enquanto, em períodos de baixa, ficava abaixo da 500ª posição.
Apesar desse aumento na popularidade do app, o clima entre os especialistas é misto. Alguns acreditam que o interesse do varejo realmente está voltando. O conhecido analista de cripto Tony Edwards mencionou no X que, com o aumento das visualizações e inscrições em seu canal no YouTube, já dá para sentir um calorzinho nas vendas. E a Lab4Crypto complementou, dizendo que “a multidão está voltando aos poucos”. Uma afirmação ousada, mas que traz uma expectativa positiva.
Por outro lado, André Dragosch, que é responsável pela pesquisa na Bitwise, tem uma visão mais cautelosa. Ele argumenta que o varejo ainda está muito ausente, mesmo com o preço do Bitcoin nas alturas. Ele citou a baixa busca pela palavra “Bitcoin” no Google como um sinal de que o interesse ainda não está aquecido.
Nesse mesmo sentido, a trader de cripto Elisa comentou que as tendências de busca por “crypto” no Google estão muito longe dos picos de 2021, quando o mercado estava fervendo.
Indicadores passados do varejo já não são tão confiáveis
Analistas da Bitfinex trouxeram à tona um ponto interessante: os novos investidores que estão ingressando no mercado de Bitcoin parecem indiferentes ao preço. Eles estão comprando a criptomoeda mais rapidamente do que os mineradores conseguem fornecer. Para ter uma ideia, aqueles que possuem entre 1 e 100 Bitcoins estão acumulando cerca de 19.300 BTC por mês. Isso é uma diferença considerável quando comparada à emissão mensal, que é de aproximadamente 13.400 BTC desde o halving de abril de 2024.
Porém, esses números não conseguem contar toda a história. Com a chegada dos ETFs de Bitcoin e Ether (ETH), as formas tradicionais de medir o interesse do varejo em cripto não são mais tão confiáveis. Esses ETFs oferecem novas maneiras para os investidores se exporem ao mercado. Desde a sua introdução em janeiro de 2024, os ETFs de Bitcoin já atraíram impressionantes US$ 53,05 bilhões, enquanto os de Ether, lançados em julho de 2024, receberam cerca de US$ 6 bilhões.
Esses dados nos mostram que o cenário das criptomoedas continua a evoluir rapidamente, e entender o comportamento do varejo pode ser um grande desafio para os analistas.
