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Comitê falso de Trump-Vance desvia US$ 250 mil em cripto

Para entender como golpistas conseguiram desviar cerca de US$ 250 mil, precisamos falar sobre uma técnica chamada “Business Email Compromise” (BEC). Nesse caso, os criminosos se passavam por um membro importante de um comitê ligado a Donald Trump e JD Vance. O co-presidente Steve Witkoff teve seu nome usado de forma fraudulenta, e um e-mail quase idêntico ao original foi criado para solicitar uma doação em criptomoedas, especificamente em Tether (USDT).

O resultado? Um prejuízo de mais de R$ 1 milhão para um doador e uma investigação complicada por parte da polícia federal para tentar recuperar o dinheiro. O truque dos golpistas foi mudar apenas uma letra no domínio do e-mail. O FBI descobriu que um dos golpistas estava na Nigéria e que eles trocaram o “i” por um “l” minúsculo, uma pequena alteração que, infelizmente, passou despercebida pela vítima.

Após o envio de US$ 250.300, o FBI deu início a um rastreamento detalhado na blockchain e, com o suporte da empresa Tether, conseguiu recuperar US$ 40.300. Agora, o Departamento de Justiça dos EUA está entrando com um processo civil no Distrito de Columbia para confiscá-lo oficialmente, com o objetivo de amenizar o prejuízo e chamar a atenção para o problema crescente das fraudes digitais.

O que dizem os investigadores sobre o golpe do falso comitê?

Em declarações à imprensa, Jeanine Ferris Pirro, Procuradora dos EUA, ressalta a necessidade de os doadores serem mais cuidadosos, especialmente em períodos eleitorais.

“Todos os doadores devem checar duas ou até três vezes se estão enviando criptomoedas para o destinatário correto. Pode ser extremamente difícil para as autoridades recuperarem fundos perdidos, devido à natureza complicada da blockchain. No entanto, meu gabinete e nossos parceiros na aplicação da lei estão prontos para enfrentar os criminosos e tentar ressarcir as vítimas”, afirmou Pirro.

Steven J. Jensen, Diretor Assistente do FBI, também fez um alerta importante. Ele destacou que golpes como esse, que usam a imagem de terceiros, resultam em perdas enormes todo ano. “Os golpes de falsidade ideológica assumem muitas formas e custam bilhões aos americanos anualmente. Para evitar cair nesse tipo de armadilha, revisem sempre os endereços de e-mail, URLs de sites e a ortografia nas mensagens que recebem. Os golpistas costumam usar diferenças sutis para ganhar a sua confiança. Evitem enviar dinheiro, cartões-presente, criptomoedas ou outros ativos para pessoas que não conhecem pessoalmente ou com quem tiveram apenas contato online ou por telefone. E, se desconfiar de um golpe, denuncie ao Internet Crime Complaint Center”, recomendou Jensen.

Esse caso é um lembrete de que, com o avanço das tecnologias, novos métodos de crime envolvendo criptomoedas continuam a surgir, e é essencial que todos fiquem atentos.

Rafael Cockell

Administrador, com pós-graduação em Marketing Digital. Cerca de 4 anos de experiência com redação de conteúdos para web.

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