Como investir em metais com criptomoedas
O ouro voltou a chamar atenção no mercado global. Em 2025, esse metal precioso está registrando uma série impressionante de recordes históricos. Os motivos? Uma mistura de incertezas econômicas pelo mundo e expectativas de cortes de juros nos Estados Unidos.
Sempre considerado um porto seguro durante períodos conturbados, o ouro alcançou preços que nunca antes tinham sido vistos, reacendendo o interesse de muitos investidores. Muita gente pensa que investir em ouro se limita às barras e moedas físicas, ou então a fundos de investimento que geralmente cobram taxas altas. Mas, calma! O mundo das criptomoedas também oferece uma forma de se expor ao metal dourado.
Recentemente, o valor do ouro ultrapassou os US$ 4.100 por onça troy, e até chegou a US$ 4.150 em um dia específico. Desde o começo de 2025, a alta já passa de 55%, e o metal quebrou mais de 20 recordes ao longo do ano, segundo o World Gold Council. Essa valorização vem em um momento em que o dólar americano perdeu força, as tensões geopolíticas aumentaram, e a demanda dos bancos centrais por ouro cresceu.
Fatores como a desaceleração econômica global e novas disputas comerciais, especialmente entre os EUA e a China, têm levado muitos investidores a buscarem ativos mais seguros. O Bank of America, por exemplo, aposta que o preço do ouro pode atingir US$ 5.000 por onça até 2026.
Criptomoedas de ouro
Se você está pensando em entrar nessa onda, saiba que as opções não se restringem aos meios tradicionais de investimento. Existe uma alternativa bem interessante: as criptomoedas lastreadas em ouro, ou os gold-backed tokens. Esses tokens representam uma fração do ouro físico que é guardado por instituições e permitem que você negocie o metal de maneira totalmente digital, 24 horas por dia, sem precisar se preocupar com a custódia física.
De acordo com uma pesquisa recente, o valor total de mercado desses tokens já passou dos US$ 3 bilhões, acompanhando a valorização do ouro físico. Nomes como PAX Gold (PAXG) e Tether Gold (XAUT) estão na crista da onda, respondendo por boa parte da liquidez diária que gira em torno de US$ 640 milhões.
Esses tokens são chamados de stablecoins, já que têm um valor atrelado a um ativo seguro, que no caso são o próprio ouro. Ou seja, cada unidade de PAXG ou XAUT tem um valor equivalente ao do ouro, o que significa que existe uma reserva física que garante essa relação.
Uma das grandes vantagens de investir nesses tokens é a eficiência. Eles proporcionam exposição ao ouro com custos significativamente mais baixos e não cobram taxas de administração ou armazenamento, comuns em fundos de investimento. Além disso, podem ser negociados em qualquer momento em plataformas globais, integradas a ecossistemas de finanças descentralizadas (DeFi). Isso abre as portas para usar essas criptos como garantia para empréstimos ou até mesmo como instrumentos de poupança com rendimento.
Outro ponto bom é a transparência. As empresas que emitem esses tokens frequentemente realizam auditorias independentes que permitem verificar a existência das reservas correspondentes nos cofres. Assim, o investidor pode conferir diretamente a relação entre o número de tokens disponíveis e a quantidade de ouro armazenada, o que dá uma segurança a mais.
Entretanto, vale lembrar que esse tipo de investimento não é isento de riscos. Como se trata de ativos digitais, sempre existe a possibilidade de problemas operacionais, ataques cibernéticos ou complicações com a custódia. Além disso, o investidor precisa confiar na integridade da empresa que emite os tokens, assim como na veracidade das auditorias. E não podemos esquecer dos desafios regulatórios, que variam de um país para o outro e nem sempre oferecem a mesma proteção que o mercado tradicional.
Mesmo assim, para quem busca diversificar o portfólio e aproveitar a boa fase do ouro, os tokens lastreados em ouro se mostram como uma opção atraente, unindo a segurança do metal precioso com a ágil e líquida natureza das criptomoedas.