Criptomoedas e a modernização do sistema capitalista
Muita gente vem se referindo às criptomoedas como parte da “Web 3.0”. Mas, de acordo com Mert Mumtaz, CEO da Helius, uma fornecedora de nós RPC, essa visão pode acabar diminuindo o verdadeiro potencial das criptos. Para ele, estamos diante de uma mudança muito mais profunda em relação ao sistema capitalista como o conhecemos.
Mumtaz acredita que as criptomoedas trazem todos os componentes essenciais para um capitalismo mais eficiente: informação descentralizada, direitos de propriedade inalteráveis, incentivos alinhados, transparência e um fluxo de capital quase sem barreiras. Ele destaca que o grande objetivo das criptos é evoluir uma das maiores inovações da humanidade: o capitalismo. Para ele, chamá-las apenas de Web 3.0 é enxergar só a ponta do iceberg, quando na verdade estamos falando de um “capitalismo 2.0”.
Recentemente, as autoridades financeiras dos Estados Unidos, como a Comissão de Valores Mobiliários (SEC) e a Comissão de Negociação de Futuros de Commodities (CFTC), emitiram uma declaração conjunta. Eles estão sugerindo a criação de mercados financeiros que funcionam 24 horas por dia, 7 dias por semana, por lá. Isso representaria uma revolução e tanto em um sistema financeiro ainda preso a horários tradicionais, que pode parar à noite e durante os feriados.
Novidades nos mercados financeiros dos EUA
A SEC e a CFTC estão estudando formas de modernizar o sistema financeiro existente. Entre as ideias estão a implementação de mercados eternamente ativos, criação de regulamentos para contratos futuros perpétuos e a regulamentação de mercados que preveem eventos.
“Alguns mercados, como o de câmbio, ouro e criptoativos, já operam de forma contínua. Ampliar esses períodos de negociação poderia ajudar o sistema financeiro dos EUA a se alinhar melhor com a economia global, que funciona sem parar”, afirmam as agências.
Essas propostas visam conectar ainda mais o mercado financeiro tradicional aos ativos digitais, trazendo o sistema legado para a era digital. Uma parte importante desse movimento é a tokenização de ativos financeiros do mundo real na blockchain, o que pode incluir ações, moedas em forma de stablecoins, títulos, obras de arte, itens colecionáveis e até imóveis.
Em julho, a Solana Foundation, que cuida do desenvolvimento da famosa blockchain Solana, apresentou um plano para criar mercados de capitais digitais até 2027. Essa iniciativa surge em um momento em que várias empresas de blockchain e instituições financeiras tradicionais estão revelando novas soluções com produtos tokenizados, como fez a Robinhood com suas ações tokenizadas para usuários da Europa.