Criptomoedas financiam reforma de US$ 300 milhões da Casa Branca
A Casa Branca vai ganhar um novo salão de eventos, avaliado em cerca de US$ 300 milhões, e todo o financiamento virá de doações privadas. Nomes influentes do mundo das criptomoedas e da tecnologia estão entre os principais patrocinadores desse projeto, que tem atraído muita atenção em Washington.
O novo espaço, que substituirá a antiga Ala Leste, já começou a ser demolido. São mais de 8 mil metros quadrados que serão construídos sem o uso de recursos públicos. Entre os doadores estão empresas renomadas como Coinbase, Ripple e Tether, além de gigantes da tecnologia como Apple, Amazon, Google e Meta. Essas empresas parecem estar bem engajadas em dar suporte a este projeto ambicioso.
Até mesmo investidores conhecidos, como os irmãos Cameron e Tyler Winklevoss — que são os fundadores da exchange Gemini e têm grande notoriedade no mercado de cripto — também estão entre os apoiadores. Mas a forma como esse financiamento está sendo feito levantou algumas preocupações sobre os potenciais conflitos de interesse e a influência que essas empresas poderão ter sobre o governo.
Discussões sobre ética pública surgiram, e especialistas alertam que esse tipo de financiamento pode encarar problemas legais, como a violação da chamada “Anti-Deficiency Act”. Essa lei limita o uso de doações para funções governamentais sem a autorização do Congresso. Apesar disso, o governo de Trump afirma que tudo está dentro das normas legais e que não haverá contrapartidas para os doadores.
O custo do salão já foi revisto para US$ 300 milhões, e há informações que sugerem que algumas contribuições estão ligadas a acordos paralelos. Por exemplo, a Alphabet, empresa-mãe do Google, estaria contribuindo com mais de US$ 20 milhões como parte de resoluções de disputas passadas com Trump.
Esse movimento é visto como um símbolo do novo relacionamento entre o ex-presidente e o setor de tecnologia e finanças digitais, especialmente com as empresas de criptomoedas, que querem aumentar sua influência regulatória nos Estados Unidos. O envolvimento dessas grandes empresas na arrecadação indica que o lobby cripto está se fortalecendo em Washington, num momento em que Trump se mostra mais receptivo a inovações financeiras e ao desregulamentação do setor.
Por outro lado, alguns críticos consideram que esse projeto pode representar um risco de privatização simbólica de um dos principais ícones da política americana. A demolição rápida da Ala Leste, antes que todos os trâmites legais estejam finalizados, também gerou questionamentos sobre a urgência do início das obras.
Para Trump e seus aliados, essa nova construção será um marco arquitetônico e um reflexo de uma “nova era” na Casa Branca. Já para seus opositores, é um exemplo da confusão crescente entre interesses públicos e privados na política americana atual.





