DeFi e TradFi: convergência mais próxima do que nunca
A separação entre finanças descentralizadas, ou DeFi, e finanças tradicionais, conhecidas como TradFi, pode estar prestes a se tornar parte do passado. Nelli Zaltsman, que lidera a inovação em pagamentos blockchain na Kinexys do JPMorgan, compartilhou essa visão otimista em um evento recente em Cannes, onde discutiu junto com Sergey Nazarov, cofundador do Chainlink Labs.
Zaltsman comentou que o JP Morgan está trabalhando para integrar sua infraestrutura de pagamentos com ativos digitais que estão surgindo. Isso pode sinalizar uma mudança crucial na adoção do blockchain, tornando essas tecnologias mais acessíveis e práticas.
Ela enfatizou que o grande objetivo do banco é descobrir a melhor forma de utilizar o blockchain público, sempre respeitando as regulamentações em vigor. A abordagem do JPMorgan é “agnóstica em relação a ativos”, oferecendo a seus clientes um acesso em tempo real a várias redes com o mínimo de fricção possível. Essa estratégia pode facilitar a vida de muitas empresas que buscam adotar novas tecnologias sem complicações.
Recentemente, o banco testou uma tecnologia chamada liquidação sincronizada em parceria com o Chainlink. Essa inovação permite que depósitos em blockchain do JPMorgan façam transações entre diferentes blockchains, um marco significativo na conexão entre o capital tradicional e os mercados de ativos digitais.
Convergência DeFi e TradFi mais perto do que nunca
A Zaltsman acredita que as barreiras que ainda existem entre as finanças tradicionais e descentralizadas vão desaparecer mais rapidamente do que muitos imaginam. Isso deve acontecer por conta da melhora nas infraestruturas e da crescente disposição do setor em colaborar.
Ela lembrou que, há dez anos, o JPMorgan precisou desenvolver seu próprio blockchain privado, pois não havia soluções adequadas no mercado. “Hoje, isso é bem diferente”, comentou. O cenário está mudando, com o surgimento de ferramentas que já começam a ter preços competitivos e suporte mais robusto.
Zaltsman expressou seu desejo de que essa convergência aconteça logo. “Vamos focar na tecnologia em si e ver como podemos ajudar os usuários, sem ter essas barreiras artificiais”, disse.
No mês passado, o JPMorgan também deu um passo importante ao testá um novo token de depósito chamado JPMD na rede da Coinbase. Para Zaltsman, esse lançamento é um marco empolgante. Ao contrário das stablecoins, esses tokens permanecem no sistema do banco, mas proporcionam aos clientes acesso direto a mercados baseados em blockchain, unindo a liquidez onchain à gestão de caixa institucional.
JPMorgan define tendência bancária
Nazarov, por sua vez, destacou a importância do JPMorgan nesse cenário. “O que eles fazem atrai a atenção de várias outras instituições bancárias ao redor do mundo”, afirmou.
Ele também mencionou que as provas criptográficas e contratos inteligentes podem oferecer a empresas menores a mesma confiabilidade que se espera de grandes bancos. Isso abre portas para novas oportunidades nos mercados de capitais.
Nazarov ressaltou como essas novas tecnologias podem trazer mais competição e inovação nos serviços financeiros. A capacidade de comprovar a solvência por meios criptográficos pode reformular a maneira como muitas instituições operam, trazendo um novo fôlego ao setor.