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Dono da 2GO Bank é detido por fraude com cesta básica em SP

O dono do fintech 2GO Bank e ex-policial civil, Cyllas Salerno Elias, foi preso novamente, desta vez pela Corregedoria da Polícia Civil de São Paulo. Ele é suspeito de estar envolvido em um esquema de golpes financeiros que afetou moradores do Jardim Pantanal, na Zona Leste da capital paulista.

De acordo com a Secretaria da Segurança Pública, além da prisão, os agentes cumpriram mandados de busca em cinco endereços relacionados ao caso. Essa investigação se desenrola em paralelo a outras já conduzidas pela Polícia Federal, que resultaram em duas prisões anteriores de Cyllas, uma em novembro de 2024 e outra em fevereiro deste ano.

Os golpes cometidos no Jardim Pantanal foram revelados em uma reportagem do Fantástico no último domingo. A matéria mostrou como criminosos, se aproveitando da vulnerabilidade social dos moradores, prometeram cestas básicas em troca de documentos. Com isso, abriram milhares de contas bancárias em nome das vítimas, que foram usadas para lavar dinheiro. Uma moradora, que enfrentou uma enchente em 2022 e perdeu tudo, disse que foi abordada por um grupo, oferecida uma cesta básica e R$ 100 em troca de um cadastro, mas nunca recebeu nada.

Cyllas foi levado à Corregedoria da Polícia Civil, onde deverá prestar depoimento.

Prisões do dono da 2GO Bank

Em fevereiro deste ano, Cyllas foi preso em uma operação conjunta do Ministério Público de São Paulo e da Polícia Federal, sob suspeita de ter laços com o PCC (Primeiro Comando da Capital). A Justiça determinou que R$ 27,9 milhões fossem bloqueados e suspendeu as atividades do 2GO Bank e da Invbank, ambos acusados de atuar como fachada para lavagem de dinheiro da facção.

As investigações se baseiam na delação de Antônio Gritzbach, que foi morto em Guarulhos em novembro de 2024. Ele apontou um suposto envolvimento das empresas com líderes do PCC. Enquanto o 2GO Bank operava no setor de criptomoedas, a Invbank era utilizada para firmar contratos fraudulentos.

Em novembro de 2024, Cyllas já havia sido preso na Operação Dólar Tai-pan, que apura um esquema de lavagem e evasão de mais de R$ 5 bilhões, envolvendo criptomoedas e empresas de fachada. Durante essa operação, também foi detido o capitão da PM, Diogo Cangerana, por suspeitas de captar clientes.

De acordo com a Polícia Federal, o grupo liderado por Cyllas causou um prejuízo de R$ 2 bilhões e estava envolvido em pirâmides financeiras, contrabando e tráfico. Foram realizadas 13 prisões e cumpridos 38 mandados de busca em várias cidades, mostrando a dimensão da operação.

Rafael Cockell

Administrador, com pós-graduação em Marketing Digital. Cerca de 4 anos de experiência com redação de conteúdos para web.

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