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Drex deve iniciar com casos simples, destaca CEO da Parfin

No meio das conversas sobre a digitalização do sistema financeiro no Brasil, o Drex está passando por uma fase cheia de mudanças. O projeto do Banco Central, que começou como uma ideia de “real digital”, está se transformando em uma plataforma mais robusta, com potencial para vários usos e camadas de tecnologia.

Recentemente, surgiram discussões sobre a necessidade de não depender exclusivamente da blockchain, o que deixou o mercado em alerta. Contudo, para pessoas como Marcos Viriato, CEO da Parfin, isso não é motivo para desespero, mas sim uma forma de ajustar o caminho do Drex. Para ele, o Banco Central deve continuar sua jornada, ainda que com novos passos e um foco maior no que realmente funciona.

Uma parte essencial dessa trajetória é o relatório da fase dois do projeto, que ainda não foi divulgado. Viriato observa que a forma como o BC comunicou seus pontos gerou confusão, já que isso foi feito em um evento e não em um anúncio oficial. Normalmente, o Banco Central fecha uma fase, compartilha o relatório e depois avança para a próxima etapa. Até agora, temos 13 temas aprovados para essa fase, que terminou em julho, porém o relatório ainda está por vir.

### A Nova Definição do Drex

Na visão de Viriato, o Drex não deve ser entendido apenas como um meio de pagamento, mas como uma “camada de pagamento da economia tokenizada”. Ou seja, quando um ativo — seja uma casa, um título ou uma ação — está tokenizado, a transação precisa acontecer em uma moeda também tokenizada e dentro de regras que respeitem ativos regulamentados. Isso transforma o Drex em uma plataforma que conecta participantes e regras de emissão e custódia.

Ele também menciona que a declaração do BC sobre a blockchain não precisa ser um fechamento das portas para o uso dessa tecnologia. Algumas camadas, como a de interoperabilidade, podem não precisar necessariamente da blockchain, enquanto outras podem se beneficiar dela para liquidação programada. Viriato destaca que a questão é técnica: “Existem componentes que fazem sentido na blockchain e outros que não, dependendo do caso de uso.”

### Avanços Mesmo em Meio a Dúvidas

Apesar de algumas incertezas about blockchain, muitos bancos mantêm suas equipes ativas para levar projetos de tokenização adiante. Exemplos incluem a criação de contratos para financiamento de veículos e recebíveis de cartão, mesmo com a desaceleração do BC. Isso indica que o mercado financeiro nacional não está estagnado.

Viriato também lembra que, no cenário internacional, a União Europeia avançou com o MiCA, que regula criptoativos e stablecoins. Nos EUA, as discussões sobre regulamentação de stablecoins ganharam força. Aqui no Brasil, embora o Marco Legal das Criptomoedas esteja em vigor, as regras específicas para emissores de stablecoins ainda seguem em falta, o que gera preocupações sobre incertezas que podem travar investimentos.

### A Importância da Clareza Regulamentar

Viriato acredita que uma comunicação clara sobre o futuro do Drex é crucial para que o projeto ganhe força. Ele defende que, enquanto o mercado espera pelo relatório da fase dois, os bancos devem continuar seus projetos de tokenização, mesmo que isso signifique operar de maneira independente do projeto do Banco Central por enquanto. Assim, o mercado não para, mas pode enfrentar riscos se a regulamentação continuar indefinida.

### A Visão do Futuro

O cenário atual levanta questões importantes. O Drex, segundo Viriato, deve mostrar seu valor com um caso simples e real. A ideia é enfrentar o desafio da privacidade e escalabilidade, garantindo que o sistema funcione bem antes de tentar crescer. Trabalhadores do setor financeiro esperam que o Drex possa eventualmente funcionar como a “infraestrutura” que une dinheiro e ativos no ambiente digital.

Em resumo, o Drex passa por transformações essenciais que prometem moldar o futuro do sistema financeiro nacional. E, enquanto tudo isso acontece, o mercado busca um caminho que permita seguir avançando, apostando em inovações que poucos poderiam imaginar há alguns anos.

Rafael Cockell

Administrador, com pós-graduação em Marketing Digital. Cerca de 4 anos de experiência com redação de conteúdos para web.

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