Espanha detém 11 por esquema de phishing sofisticado
A Polícia Nacional da Espanha anunciou a desarticulação de uma quadrilha que estava fazendo um esquema sofisticado de phishing. No total, 11 pessoas foram presas e diversos bens foram confiscados. A gangue se aproveitava do desespero das vítimas, se passando por funcionários de bancos para ter acesso às contas delas.
O plano envolvia a transferência do dinheiro roubado para “contas mulas”, que eram contas usadas para movimentar esses valores. A quadrilha usava os fundos obtidos para compras online e, em seguida, retirava o dinheiro em lojas físicas. Em alguns casos, eles também convertiam as quantias em criptomoedas.
Estratégias para enganar as vítimas
Inicialmente, as investigações mostraram que 111 pessoas tinham sido alvo da quadrilha. Porém, com o andamento das apurações, descobriu-se que na verdade 273 pessoas foram enganadas, resultando em perdas de cerca de 778 mil euros (ou R$ 4,9 milhões). A gangue contava com uma base de dados grande de clientes, que usavam para realizar as chamadas e alegar que havia movimentos suspeitos nas contas das vítimas.
Para cobrir os rastros, os criminosos trocavam frequentemente os números de telefone. A Polícia identificou até 55 números diferentes usados pela gangue. Além disso, eles se registravam em hotéis com documentos falsos, o que lhes permitia acessar redes de Wi-Fi sem serem detectados.
As prisões e os bens confiscados
A investigação culminou na prisão de quatro líderes da organização, acusados de crimes como estelionato, falsidade ideológica e associação criminosa. Três deles foram detidos, enquanto um permanece foragido.
Durante as buscas em várias cidades, como San Fernando e Jerez de la Frontera, a polícia apreendeu uma série de itens valiosos, incluindo:
- Criptomoedas no valor de 7.500 euros (R$ 47.100);
- 27.660 euros em dinheiro (R$ 173.300);
- Seis celulares utilizados no esquema;
- Um documento de identidade roubado;
- Três relógios de luxo, além de roupas e acessórios de grife;
- Consoles de videogame e outros eletrônicos.
Além disso, foram presos mais oito integrantes da quadrilha que atuavam no recrutamento de pessoas vulneráveis, muitas vezes em dificuldades financeiras. Esses indivíduos eram forçados a realizar operações bancárias ou a fazer compras em nome da quadrilha.
A polícia destacou que, em alguns casos, houve coação para obrigar essas “mulas” a sacar o dinheiro obtido por meios ilícitos. Outros 15.000 euros em espécie (R$ 94.200), espingardas, munição e diversos equipamentos eletrônicos também foram encontrados.
As investigações continuam, e a operação revelou a complexidade e a frieza com que os criminosos agiam, usando práticas enganosas e, muitas vezes, violentas para enriquecer às custas da desinformação e da vulnerabilidade dos cidadãos.