Está começando um superciclo no mercado de criptomoedas?
Os fluxos de investimento em criptomoedas estão em alta, mas o interesse do público em geral ainda não acompanha esse crescimento. Nos últimos meses, o surgimento de novos aplicativos e ferramentas não trouxe o engajamento esperado. E, enquanto isso, o valor de mercado das criptomoedas ainda está longe de bater seus recordes históricos.
Muitos traders alimentam a esperança de que estamos prestes a entrar em um superciclo no universo cripto, diferente do tradicional ciclo de valorização que ocorre a cada halving do Bitcoin. Desde 2021, analistas têm falado sobre um novo momento no mercado, onde a valorização pode romper barreiras e alcançar até 400% dos altos anteriores, como destacou o influenciador CryptoKaleo. Porém, mesmo que essas expectativas sejam promissoras, a situação atual indica que estamos a 29% do pico de US$ 3,4 trilhões, atingido em novembro de 2021.
Por enquanto, esse cenário ainda é incerto, mas alguns fatores podem ajudar a dar um empurrãozinho no mercado.
O impacto do dólar e os ETFs cripto
Um dos pontos a se observar é o Índice do Dólar Americano (DXY). Se esse índice cair abaixo de 95, poderá sinalizar um novo movimento dos investidores. Isso seria um reflexo da preocupação crescente com a economia dos EUA. Nesse cenário, uma parte dos US$ 24,7 trilhões em títulos do governo dos EUA poderia ser direcionada para ativos alternativos, como as criptomoedas.
Além disso, o crescimento dos ETFs de criptomoedas também tem chamado a atenção. Atualmente, cerca de US$ 190 bilhões estão investidos nesses fundos, mas isso ainda está bem abaixo dos montantes em ativos tradicionais, como os ETFs do S&P 500, que somam mais de US$ 2 trilhões. Uma nova estratégia do governo dos EUA de acumular Bitcoin pode reverter essa situação e despertar mais entusiasmo no mercado.
A relação com o varejo e tendências de investimento
A participação do investidor comum também é fundamental para o desenvolvimento de um superciclo. No entanto, as pesquisas sobre “comprar Bitcoin” caíram e têm permanecido em níveis baixos, se comparadas ao auge em novembro de 2024. Isso se reflete na queda de populares aplicativos de criptomoedas, como Coinbase e Robinhood, no ranking de downloads da App Store americana.
Não obstante, mesmo com esses dados, o capital institucional ainda lidera essa fase do mercado. No entanto, a excitante busca pelo investimento por parte do público é frequentemente o que impulsiona movimentos de alta abrupta. Um bom sinal poderia ser o renascimento do interesse por altcoins, impulsionados por novidades como tokens de inteligência artificial e memecoins.
Atualmente, as memecoins têm uma capitalização de US$ 68,5 bilhões, bem abaixo do recorde de US$ 140,5 bilhões que tivemos em dezembro de 2024.
Todos esses indicadores ainda dependem de uma série de variáveis, como a capacidade do Federal Reserve de contornar uma possível recessão e a evolução das relações comerciais globais. À medida que o mercado começa a se alinhar a essas condições, as chances de uma valorização absurda, chegando a US$ 13,2 trilhões em capitalização, aumentam. Isso significaria um salto de 400% em relação ao que vimos no auge de novembro de 2021.