O valor do Ethereum (ETH) teve uma queda significativa no início de setembro, continuando uma correção que já vinha acontecendo desde o final de agosto. Nessa segunda-feira (9/9), a criptomoeda despencou para US$ 4.330, o que representa uma perda de cerca de 13% em comparação à máxima do mês anterior. Essa movimentação gerou preocupações sobre a pressão vendedora por parte da BlackRock e retiradas líquidas de ETFs, que podem indicar novos recuos no curto prazo.
BlackRock amplia vendas enquanto ETFs de ETH registram saídas
Dados mostram que a BlackRock, a maior gestora de ativos do mundo, transferiu aproximadamente US$ 312,5 milhões em ETH para a Coinbase nesta semana. Geralmente, quando moedas são enviadas de carteiras próprias para exchanges, a intenção é vender, o que explica um movimento preocupante associado ao aumento das saídas líquidas dos ETFs de Ethereum.
Na sexta-feira (6/9), a SoSoValue reportou perdas de US$ 446 milhões para os fundos, que já acumularam cinco dias consecutivos de resgates, reduzindo o saldo líquido para US$ 12,7 bilhões. O iShares Ethereum Trust, da BlackRock, foi o maior prejudicado, com US$ 309 milhões em saídas.
Embora esse ciclo de saídas pareça negativo, especialistas lembram que oscilações desse tipo são normais no mercado. Por exemplo, na semana que terminou em 22 de agosto, registraram-se US$ 237 milhões em resgates, mas logo na sequência houve um retorno de US$ 1,08 bilhão em entradas líquidas.
Tesourarias corporativas seguem acumulando ETH
Enquanto alguns investidores institucionais mostram receio, outras empresas estão aproveitando o momento para fortalecer suas posições em Ethereum. A BitMine Immersion, sob a liderança de Tom Lee, já adquiriu mais de US$ 9 bilhões em ETH, tornando-se a maior detentora corporativa da rede. Outra companhia, a SharpLink, já possui mais de 797 mil ETH, avaliados em cerca de US$ 3,4 bilhões.
Esses movimentos de grandes empresas demonstram uma visão de longo prazo e ajudam a estabilizar a liquidez do mercado, mesmo com as pressões no curto prazo. Além disso, a rede Ethereum continua se destacando, com um total de stablecoins emitidas na blockchain atingindo US$ 154 bilhões, consolidando seu papel como a principal infraestrutura para ativos digitais atrelados ao dólar.
Análise técnica aponta espaço para novas quedas antes de recuperação
Analisando o aspecto técnico, o Ethereum saiu de uma máxima de US$ 4.955, registrada em 24 de agosto, para o patamar atual de US$ 4.350. Essa descida quebrou um canal ascendente, sinalizando maior pressão vendedora. Vários indicadores corroboram essa análise:
- O preço está levemente abaixo da média móvel exponencial de 25 dias.
- O Índice de Força Relativa (RSI), que chegou a 87 em julho, agora está em 51, indicando enfraquecimento da demanda.
- O MACD formou um cruzamento de baixa, o que geralmente antecipa movimentos negativos.
Se as vendas continuarem nesse ritmo, há projeções de que o ETH busque um nível de suporte em US$ 3.750, um ponto crítico conforme as Murrey Math Lines. No entanto, se o ativo conseguir superar a máxima anual de US$ 4.955, isso poderia sinalizar uma retomada na tendência de alta no médio prazo.
