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Ethena desiste da corrida pelo USDH antes da votação

A Ethena, equipe responsável pelo protocolo de dólar sintético USDe, decidiu não seguir em frente com sua proposta de emissão da stablecoin USDH da Hyperliquid. Essa decisão veio após ouvir as preocupações da comunidade e dos validadores. Em uma postagem no X, a equipe da Ethena reconheceu a resistência em torno de seu projeto, que não era nativo da Hyperliquid, e parabenizou diretamente a competidora Native Markets, que agora se posiciona como favorita na corrida pela emissão da stablecoin.

Guy Young, fundador da Ethena, destacou que, mesmo com algumas críticas à Native Markets, o sucesso obtido até agora reflete o que há de especial na Hyperliquid e em sua comunidade. Ele enfatizou a oportunidade que um novo jogador como a Native Markets tem de conquistar a confiança dos usuários. Essa movimentação da Ethena altera bastante a dinâmica do processo de seleção que atraiu diversas propostas para a emissão da nova stablecoin.

Com a saída da Ethena, as previsões nos mercados agora indicam uma chance de 92% de vitória para a Native Markets, enquanto a Paxos aparece em segundo lugar com cerca de 7%. É interessante notar que essa jornada da USDH não é apenas uma disputa interna, mas pode impactar o mercado de stablecoins como um todo.

Críticos questionam a justiça do processo de seleção da USDH

Nem todo mundo está convencido de que a disputa foi justa. Algumas vozes levantaram dúvidas sobre o histórico da Native Markets e sobre a imparcialidade do processo. Haseeb Qureshi, sócio-gerente da Dragonfly, expressou sua frustração, sugerindo que a seleção parecia favorecer a Native desde o início. Ele observou que a proposta deles surgiu rapidamente após o anúncio do Request for Proposals, o que levantou questões sobre se tiveram algum tipo de aviso prévio.

Além disso, Lilian Aliaga, cofundadora da OAK Research, questionou como a Native Markets conseguiu garantir mais de 70% dos votos tão rapidamente. Para ela, isso não parece indicar um processo transparente. Por outro lado, Sam MacPherson, CEO da Phoenix Labs, acredita que a Native Markets pode realmente ser a melhor opção, embora reconheça que a Paxos se destaca como líder no setor de stablecoins.

Independentemente de quem vencer, o desfecho dessa disputa pode ter grandes implicações, especialmente considerando que cerca de US$ 5 bilhões em USDC estão na Hyperliquid. Esse número é significativo — o que significa que os resultados podem impactar diretamente a receita anual de empresas como a Circle.

Como funciona a votação da USDH

A votação para a USDH marca uma nova fase de governança da Hyperliquid. A votação acontece completamente na blockchain, e a influência dos validadores é proporcional à quantidade de tokens HYPE que eles possuem em staking. Para que uma proposta seja aprovada, é necessário obter uma maioria de dois terços.

Após os validadores expressarem suas intenções, os delegadores têm a opção de realocar seus tokens HYPE para aqueles validadores que mais se alinham às suas preferências. É possível que dois grandes players dominem esse cenário: a Hyperliquid Foundation e a Kinetiq, uma provedora de staking que juntas controlam cerca de 63% do total em staking. No entanto, ambas prometeram não interferir na votação.

O cronograma é bem apertado. As propostas foram fechadas recentemente, dando apenas 24 horas para os validadores declararem apoio e, em seguida, uma breve janela para realocação dos tokens. A votação final está programada para ocorrer em um domingo, em um intervalo específico de horário.

O que é a Native Markets?

A Native Markets foi criada para disputar a emissão da primeira stablecoin nativa da Hyperliquid, a USDH. A liderança desse projeto é de Max Fiege, um investidor e conselheiro da Hyperliquid, junto a outros nomes influentes do setor. O grupo se propõe a ser a alternativa mais autêntica da Hyperliquid, prometendo emitir a USDH na HyperEVM e reinvestir seus lucros no ecossistema.

A proposta da Native Markets sugere que metade da receita gerada pelas reservas da USDH será destinada a comprar tokens HYPE, enquanto a outra metade será investida em mercados e aplicativos dentro do ecossistema. A USDH será lastreada em dinheiro e títulos do Tesouro dos EUA de curto prazo, com reservas geridas pela BlackRock e supervisionadas pela Superstate.

No entanto, essa dependência em relação à Superstate gerou algumas críticas, com membros da comunidade se perguntando sobre os possíveis conflitos de interesse da Stripe, que controla a Bridge, uma parte essencial da proposta da Native Markets. Apesar de algumas preocupações, Fiege admitiu que a equipe é nova e está ciente do desafio que enfrenta para provar seu valor.

Rafael Cockell

Administrador, com pós-graduação em Marketing Digital. Cerca de 4 anos de experiência com redação de conteúdos para web.

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