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EUA avaliam ativos virtuais na concessão de crédito imobiliário

No dia 25 de junho de 2025, a Federal Housing Finance Agency (FHFA), que supervisiona o sistema de financiamento habitacional dos Estados Unidos, deu um passo importante e inesperado. Essa agência atua como uma espécie de “Banco Central” do crédito imobiliário no país, regulando instituições como a Fannie Mae e a Freddie Mac. Essas duas empresas desempenham um papel essencial ao comprar hipotecas de bancos, transformando-as em títulos que podem ser vendidos no mercado. Isso permite que os bancos tenham mais recursos para conceder novos empréstimos, garantindo que o crédito imobiliário siga funcionando com eficiência.

Agora, com a nova diretriz da FHFA, a Fannie Mae e a Freddie Mac vão começar a incluir os ativos virtuais nas suas análises de risco para a concessão de hipotecas residenciais. Isso representa uma mudança significativa no panorama financeiro americano, já que até agora os ativos digitais eram excluídos das avaliações patrimoniais no setor habitacional. Essa atitude abre um novo espaço de reconhecimento e consideração aos criptoativos, permitindo que eles sejam vistos como parte do patrimônio do mutuário sem a necessidade de serem convertidos em dólares.

Com a FHFA reconhecendo ativos digitais, como bitcoins armazenados em plataformas regulamentadas, como parte do portfólio de garantias, essa é uma transformação que promete integrar o mercado financeiro tradicional com o mundo das criptomoedas. A decisão não só valida essas novas formas de investimento, mas cria também uma oportunidade para que compradores de imóveis utilizem seus criptoativos como parte de sua riqueza.

Um ponto muito interessante é que, embora os ativos virtuais sejam agora considerados uma classe emergente na avaliação de crédito, as empresas terão que desenvolver métodos rigorosos para garantir que esses ativos sejam adequadamente avaliados. Isso significa lidar com ajustes de mercado, mitigação de riscos e garantir liquidez antes de aceitá-los como parte do patrimônio, o que traz um novo nível de responsabilidade e rigor aos processos financeiros.

Esse reconhecimento da FHFA sinaliza uma tendência que parece irreversível: os ativos digitais estão sendo cada vez mais integrados à economia tradicional. O governo dos EUA está, assim, reconhecendo as criptomoedas como elementos legítimos nas análises de risco do crédito habitacional. Isso é um passo importante, já que anteriormente esses ativos eram vistos como periféricos ou especulativos.

No Brasil, estamos um pouco atrás nesse debate. Muitas instituições financeiras ainda têm uma visão muito cautelosa sobre os criptoativos, tratando-os com indiferença quando se trata de usá-los como garantia ou patrimônio em operações de crédito. Enquanto o Banco Central do Brasil se concentra em regulamentações focadas na libertação de prejuízos fiscais e na prevenção à lavagem de dinheiro, os EUA já estão discutindo a presença das criptomoedas nas finanças diárias e no mercado imobiliário.

Rafael Cockell

Administrador, com pós-graduação em Marketing Digital. Cerca de 4 anos de experiência com redação de conteúdos para web.

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