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Evite usar seu BTC para comprar café diariamente

Rocelo Lopes, um dos grandes nomes do Bitcoin no Brasil, recentemente fez um alerta importante. Durante o evento PlanB em Lugano, ele recomendou cautela ao usar o BTC (Bitcoin) para compras do dia a dia. Sua mensagem é clara: não seja como o “Pizza Guy”, que gastou 10.000 Bitcoins para comprar duas pizzas. Para Lopes, o Bitcoin não foi criado para gastar em café, mas sim para se tornar uma nova unidade global de valor.

Ele enfatiza que o BTC deve ser guardado, pois a expectativa é que seu valor aumente com o tempo. “Vocês vão se arrepender quando perceberem que pagaram dez mil dólares por um café”, afirmou. A ideia aqui é que o Bitcoin deve ser visto como um investimento de longo prazo, e não como um meio de pagamento.

Bitcoin não é para comprar coisas, stablecoins são

Lopes critica a percepção de que o Bitcoin deveria ser usado como moeda de pagamento. Para transações diárias, ele sugere o uso de stablecoins, como o Tether (USDT). Essas moedas digitais são desenhadas para manter paridade com o dólar, evitando a volatilidade dos mercados. Ele acredita que, enquanto o Bitcoin representa a liberdade financeira, as stablecoins devem facilitar a transição do sistema financeiro tradicional para o mundo digital.

Ele faz uma analogia interessante ao comparar stablecoins a um “Cavalo de Troia” no setor financeiro. Lopes lembra que, na conversa sobre criptomoedas, o conceito de stablecoins era pouco mencionado alguns anos atrás. Hoje, no entanto, elas se tornaram essenciais para a adoção em massa das criptos.

Bancos brasileiros já testam contas em dólar via stablecoins

No Brasil, algumas instituições financeiras, como Nubank e Itaú, estão experimentando soluções com stablecoins. Isso significa que esses bancos estão oferecendo contas digitais em dólar, com transações feitas em tempo real. Lopes revelou que já são cinco bancos trabalhando com essa tecnologia.

Essa abordagem é estratégica, pois tira a burocracia das regulamentações tradicionais. Assim, os clientes podem ter mais controle, podendo até manter sua chave privada se desejarem. A movimentação no setor é tão significativa que dados do Banco Central mostram que 90% das transações cripto no Brasil envolvem stablecoins.

O desafio da privacidade e o papel dos bancos

Apesar do avanço, Lopes aponta um desafio fundamental: a privacidade. Ele alerta que os bancos centrais ainda são relutantes em aceitar modelos que permitam transações diretas e anônimas. Para Lopes, é essencial resolver essa questão antes que o sistema cripto cresça em escala global.

Uma possível solução pode vir com tecnologias adicionais, como as soluções de segunda camada, que permitirão transações mais privadas e interconectadas. Ele acredita que um equilíbrio entre liberdade e conformidade é necessário e que, com o tempo, isso será alcançado.

Dados recentes, incluindo declarações do ex-presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, indicam que as stablecoins estão se consolidando como um novo refúgio de valor, especialmente em regiões com inflação alta. Com um celular, qualquer pessoa já pode comprar pequenas quantias de dólares rapidamente e sem depender de instituições financeiras tradicionais.

Rafael Cockell

Administrador, com pós-graduação em Marketing Digital. Cerca de 4 anos de experiência com redação de conteúdos para web.

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