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França planeja reserva estratégica de Bitcoin de 2% da oferta

A França está cogitando dar um passo ousado e se tornar mais uma grande economia a ter uma reserva estratégica de Bitcoin. Recentemente, um Projeto de Lei foi apresentado, propondo a aquisição de 2% da oferta total de Bitcoin ao longo dos próximos seis anos.

Esse percentual corresponde a 420 mil bitcoins, que atualmente estão avaliados em cerca de US$ 45,4 bilhões, ou aproximadamente R$ 244,8 bilhões. Para se ter uma ideia, a empresa Strategy possui 640,8 mil bitcoins e o ETF de Bitcoin da BlackRock, o IBIT, detém ainda mais: 805 mil moedas. Se considerarmos o governo dos Estados Unidos, ele tem em mãos 326,3 mil bitcoins, embora nem todos esses ativos façam parte de suas reservas, pois alguns estão em disputa.

França apresenta projeto de lei para comprar 2% da oferta total de bitcoins

O Projeto de Lei foi proposto por Éric Ciotti, deputado do partido UDR, em um cenário onde a dívida pública dos países tem atingido níveis desafiadores, incluindo a situação da França. O deputado afirma que é hora de o país começar a acumular Bitcoin, criando um Estabelecimento Público Administrativo responsável por essa reserva estratégica.

Essa aquisição não será feita apenas através de compras no mercado, mas envolverá diferentes métodos, como mineração e até mesmo a utilização de bitcoins obtidos em apreensões judiciais. Ele ressalta que essa reserva não traria custos ao orçamento público.

Ciotti compara a proposta com as 37 mil toneladas de ouro que estão nas mãos dos Bancos Centrais, mencionando que os Estados Unidos ocupam a liderança com 8.133 toneladas, enquanto a França é a quarta colocada, possuindo 2.437 toneladas.

Projeto quer usar usinas nucleares para minerar Bitcoin, não vender criptomoedas apreendidas e coletar impostos em BTC

Um ponto importante do projeto é que ele não prevê a compra direta de bitcoins, mas sim outras formas de aquisição. Por exemplo, a mineração se mostra uma opção viável. O projeto de lei destaca que a França possui uma vantagem comparativa devido ao seu parque nuclear e ao baixo custo de produção de energia elétrica.

Recentemente, outra proposta, vinda do partido Rassemblement National, sugere a utilização de excedentes elétricos para minerar criptoativos. Isso é interessante porque poderia estabilizar a rede elétrica, evitando a necessidade de reduzir a atividade das usinas em momentos de baixa demanda.

Além disso, o Projeto de Lei sugere que o governo francês retenha bitcoins provenientes de apreensões judiciais, semelhante ao que já faz os EUA. Outra medida incluída na proposta é a destinação de receitas de vendas de ações em empresas para a compra de bitcoins.

Por último, o projeto propõe que a França comece a aceitar Bitcoin como forma de pagamento de impostos. Esses bitcoins seriam mantidos nos cofres do governo e não vendidos. Atualmente, cerca de 10% dos franceses já investem em criptomoedas, superando o número de investidores em empresas no país.

Rafael Cockell

Administrador, com pós-graduação em Marketing Digital. Cerca de 4 anos de experiência com redação de conteúdos para web.

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