FTX pede adiamento em disputa sobre US$ 470 milhões em reembolsos
A FTX, uma exchange de criptomoedas que passou por um colapso significativo, está navegando pelas águas turbulentas da falência. No seu mais recente movimento, a massa falida pediu um adiamento em um tribunal de Delaware. O objetivo? Responder a mais de 90 objeções que surgiram contra sua proposta de suspender os reembolsos em determinadas “jurisdições estrangeiras”. Essa situação está gerando bastante movimento no mercado e atraindo a atenção de muitos.
Esse pedido, chamado de “Moção de Autorização”, visa dar tempo extra para a FTX elaborar sua defesa. A ideia é suspender os reembolsos aos credores que estão em países onde as regras sobre criptomoedas são consideradas vagas ou severas. O que foi protocolado no último domingo servirá como base para uma audiência que vai acontecer na terça-feira, que deve discursar sobre a disputa legal que está se formando.
A equipe responsável pela falência da FTX justifica esse pedido, dizendo que, devido ao grande número de objeções, precisou de um tempo a mais para preparar toda a documentação necessária. É sempre complicado lidar com tanta burocracia, principalmente quando se está enfrentando um cenário tão adverso.
O que está em jogo não é pouca coisa. A moção proposta busca evitar que a exchange comece a pagar credores de países onde isso possa gerar consequências legais, como multas e punições severas para seus diretores e executivos. Estima-se que essa medida impacte credores em 49 países, totalizando cerca de US$ 470 milhões. Um dado alarmante é que a maioria das reivindicações, cerca de 82%, vem da China.
Credores reagem à massa falida da FTX
A situação gerou descontentamento entre alguns credores, que estão se manifestando abertamente contra as medidas da FTX. Um deles, Weiwei Ji, que representa um grupo de credores chineses, não escondeu sua insatisfação ao falar da resposta da FTX. Seu desabafo nas redes sociais mostra o tom de frustração que muitos estão sentindo.
Outro membro influente da comunidade cripto, conhecido como “Mr. Purple”, também se posicionou, afirmando que a situação pode ser ainda pior do que parece. Ele expressou preocupações de que, se o tribunal aprovar a moção, as chances de os credores recuperarem algo seriam quase nulas. Essa dinâmica de vendas pode ser uma alternativa, mas, segundo ele, não é uma solução garantida.
Para ilustrar o tamanho do problema, o credor Sunil Kavuri revelou que ainda faltam cerca de US$ 1,4 bilhão em reivindicações a serem resolvidas. A FTX começou a reembolsar seus credores em fevereiro, mais de dois anos após ter pedido falência, o que mostra como esse processo é complicado e leva tempo.
Essa história da FTX certamente deixa muitos atentos às movimentações do mercado de criptomoedas, revelando um panorama de desafios e esperanças.