Sam Bankman-Fried, o fundador da corretora de criptomoedas FTX, fez ondas novamente com uma postagem em conta no X na noite de quinta-feira. Ele divulgou um documento que defende a ideia de que a FTX nunca esteve realmente insolvente. Essa afirmação ressoa com os mesmos argumentos que ele utilizou durante seu julgamento.
No texto de 14 páginas, que parece ter sido elaborado pela equipe de Bankman-Fried, alega-se que a corretora não faliu por conta de um grande esquema de fraude, como decidiu um júri em Manhattan em 2023. Em vez disso, alega que a FTX enfrentou uma “crise de liquidez”, mas que estava a caminho de resolver a situação até o final do mês. A narrativa sugere que a intervenção de advogados externos foi o que realmente trouxe a empresa à beira da falência.
Vale lembrar que Bankman-Fried já havia comentado anteriormente em uma entrevista na prisão que a FTX tinha recursos suficientes para pagar todos os credores antes do colapso. Ele mencionou que a empresa possuía cerca de US$ 25 bilhões em ativos e US$ 16 bilhões em valor patrimonial, em contraste com US$ 13 bilhões em passivos no momento em que começou a enfrentar problemas financeiros.
O documento ainda menciona que, se os advogados não tivessem vendido ativos valiosos, a FTX e a Alameda Trading teriam participação avaliada em cerca de US$ 136 bilhões. Isso incluiria investimentos na startup de inteligência artificial Anthropic, avaliada em US$ 14,3 bilhões, e na corretora de varejo Robinhood, com US$ 7,6 bilhões a mais. Além disso, a FTX tinha participação em outros projetos, como a fintech Ripple e a mineradora de Bitcoin Genesis Digital Assets.
Recentemente, o FTX Recovery Trust entrou com uma ação contra a Genesis Digital Assets, buscando recuperar US$ 1,15 bilhão que, segundo eles, foi desviado por Bankman-Fried. A estimativa no documento é de que, se a FTX ainda estivesse operando, o token FTT da corretora teria um valor de quase US$ 22 bilhões.
Uma ativista conservadora, Laura Loomer, mencionou no X uma movimentação a favor de um perdão presidencial para Bankman-Fried, alegando que há um esforço “bem financiado” para isso. Curiosamente, o fundador da Binance, Changpeng Zhao, que teve um papel relevante na queda da FTX, também recebeu perdão de Donald Trump depois de se envolver em problemas legais por violar leis de combate à lavagem de dinheiro.
Agora, antes do juiz Lewis Kaplan determinar a pena de Bankman-Fried — prevista para 25 anos em 2024 — ele deixou uma mensagem clara: um ladrão que usa o dinheiro roubado para apostá-lo em Las Vegas não merece uma redução na pena.
