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Geração Z usa inteligência artificial em trading, diz estudo MEXC

Um estudo recente feito pela MEXC, uma das maiores exchanges de criptomoedas do mundo, trouxe à tona uma informação interessante: dois terços da Geração Z, que inclui pessoas entre 18 e 27 anos, estão muito ligados à inteligência artificial (IA). Eles já utilizam ou estão abertos a integrar ferramentas de IA nas suas estratégias de trade. Isso mostra como essa faixa etária está se adaptando rapidamente às novas tecnologias.

Os dados indicam uma clara divisão entre as gerações na maneira como lidam com a tecnologia, especialmente na gestão de riscos e nas emoções frente à volatilidade do mercado. Nos últimos três meses, 67% dos usuários da Geração Z ativaram pelo menos um bot ou uma estratégia que utiliza IA, o que sinaliza uma tendência de automação e controle emocional no mundo dos investimentos em criptoativos.

Outra informação interessante é que 22,1% desses traders da Geração Z usam regularmente ferramentas de IA, interagindo com elas pelo menos quatro vezes por mês. Impressionantemente, essa geração é responsável por 60% de todas as ativações de bots de IA na MEXC. Ao todo, esses traders fazem uso de ferramentas de negociação automatizadas por cerca de 11,4 dias por mês, duas vezes mais do que os usuários com mais de 30 anos. Eles também apresentam uma probabilidade 2,4 vezes maior de usar sinais gerados por IA em vez dos tradicionais indicadores técnicos.

Essas práticas se intensificam em momentos de incerteza no mercado. O estudo revela que 73% dos usuários da Geração Z ligam os bots durante períodos de alta volatilidade e os desativam quando o mercado está calmo, demonstrando uma relação ativa, e não passiva, com a IA.

Trade com inteligência artificial

A afinidade da Geração Z pela IA vai além da conveniência. Os bots têm funcionado como âncoras emocionais, reduzindo em 47% as vendas impulsivas durante momentos de tensão no mercado. Essa geração costuma configurar estratégias automatizadas com critérios bem definidos e depois se afastar, em um modelo que chamamos de “delegação estruturada”. Isso ajuda a aliviar a pressão cognitiva e evita decisões apressadas.

Outros dados curiosos revelam que, no ambiente de trabalho, mais da metade dessa geração já considera ferramentas como o ChatGPT como colegas ou até amigos. Além da automação, os traders jovens estão percebendo a IA como uma ferramenta eficaz para gerenciar riscos. Por exemplo, eles são 1,9 vezes menos propensos a fazer uma negociação reativa nos primeiros três minutos após uma movimentação de mercado, que é um período extremamente vulnerável emocionalmente. Eles também implementam regras de stop-loss e take-profit com uma frequência 2,4 vezes maior.

Adicionalmente, 58% da atividade de negociação com IA dessa geração acontece durante os picos de volatilidade, mostrando um comportamento disciplinado, onde a IA atua como uma proteção contra decisões emocionais.

Diferença entre gerações

O estudo também revela diferenças marcantes entre as gerações. Enquanto os Millennials tendem a optar por estratégias baseadas em análises e gráficos, a Geração Z traz uma abordagem mais interativa e dinâmica, semelhante ao que faz em plataformas como TikTok e Discord. Essa geração prefere ferramentas que sejam modulares e personalizáveis, adequadas ao seu estilo de atenção fragmentada e à sua gestão emocional.

Projeções da MEXC indicam que, até 2028, mais de 80% dos traders da Geração Z contarão com IA para gerenciar completamente seus portfólios. Isso inclui funções como rebalanceamento dinâmico de ativos, estratégias de rendimento cross-chain, automação tributária e alocação de exposição com base no nível de risco.

Essa evolução está alinhada a uma tendência de mercado ainda maior: o setor global de plataformas de negociação baseadas em IA deve crescer rapidamente, com uma taxa anual superior a 20%, alcançando cerca de US$ 69,96 bilhões até 2034.

Por outro lado, o relatório também traz um alerta sobre os riscos de uma dependência excessiva da tecnologia. Vale lembrar que sistemas de IA são tão bons quanto os dados e suposições que sustentam suas funções. Eventos inesperados, vieses algorítmicos ou incertezas podem afetar tanto a confiança quanto o desempenho de tais soluções.

Rafael Cockell

Administrador, com pós-graduação em Marketing Digital. Cerca de 4 anos de experiência com redação de conteúdos para web.

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