Notícias

Governo mantém veto ao uso de leitura de íris para criptomoedas no Brasil

A World Foundation e a Tools of Humanity (TFH), responsáveis pela criptomoeda Worldcoin (WLD), tiveram um pedido negado pela Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) do Brasil na última quarta-feira (6). Eles queriam retomar as atividades de escaneamento da íris de brasileiros, uma prática que gerava a distribuição de criptomoedas nas carteiras virtuais dos participantes. Essas criptomoedas poderiam ser usadas em diversos aplicativos ou trocadas pelo equivalente em reais.

O despacho da ANPD foi claro. Mesmo com o recurso apresentado pela TFH, a autoridade decidiu manter a proibição imposta em janeiro de 2025. A avaliação foi de que não havia garantias suficientes de que os riscos associados a essa prática tinham sido mitigados. Um trecho do documento oficial relembra que a análise considerou diversos fatores, resultando na rejeição do pedido.

Reação das empresas envolvidas

A equipe da Worldcoin se manifestou após a decisão da ANPD. Sam Altman, um dos cofundadores da empresa e também figura conhecida por seu papel no ChatGPT, confirmou que respeitam a posição do órgão, mas não concordam com a decisão. A empresa afirmou que quer buscar outras maneiras legais de resolver a situação.

Em comunicado, a Worldcoin destacou que programas de indicação, como o que propõem, são comuns em vários setores no Brasil, incluindo aviação e telecomunicações. Segundo eles, essa estratégia poderia estar em conformidade com a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).

A empresa também anunciou que vai continuar colaborando com a ANPD para encontrar soluções que permitam expandir o acesso à tecnologia de prova de humanidade. Apesar da proibição, eles afirmaram que a tecnologia seguirá disponível em alguns locais, mas de forma muito limitada.

A questão da coleta de dados já levantou preocupações desde o início do ano passado, quando o governo decidiu que a Worldcoin estava, de certa maneira, adquirindo informações pessoais ao oferecer criptomoedas em troca da leitura da íris. Agora, a situação continua em aberto, enquanto a empresa busca regularizar suas operações no Brasil.

Rafael Cockell

Administrador, com pós-graduação em Marketing Digital. Cerca de 4 anos de experiência com redação de conteúdos para web.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo