O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, levantou uma questão interessante: por que os Estados Unidos investigam o Pix enquanto aceitam o uso de criptomoedas? Ele fez essa declaração em uma entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo, em um contexto onde o Escritório de Representante de Comércio dos EUA anunciou uma investigação sobre o Brasil, citando práticas comerciais consideradas injustas, incluindo o próprio Pix.
Haddad foi direto ao afirmar que os EUA deveriam “copiar” o Pix, destacando que essa tecnologia poderia facilitar o dia a dia das pessoas. Ele questionou: “Você não se preocupa com criptomoeda e vai se incomodar com o Pix?”.
Embora ele não tenha detalhado os motivos dessa comparação, é claro que está se referindo à natureza descentralizada do mercado de criptomoedas. Isso significa que pessoas podem realizar transações sem precisar de permissão de uma entidade central, algo que contrasta com a forma como o Pix funciona em termos de regulação.
O ministro também comentou sobre a motivação do governo americano para a série de medidas que afetam o Brasil. Ele mencionou que, meses atrás, o secretário do Tesouro americano, Scott Bessent, tinha deixado a entender que a taxa de 10% poderia ser negociada. Agora, o Brasil pode enfrentar uma taxa muito superior, de até 50%.
“Estamos tentando entender a lógica por trás dessa iniciativa. Em maio, apresentamos uma proposta para negociar a taxa de 10%, mas não tivemos uma resposta e, logo em seguida, veio essa nova taxação”, explicou Haddad.
Recentemente, Jamieson Greer, representante de Comércio dos EUA, declarou que a investigação visa avaliar se o tratamento que o Brasil dá ao comércio digital e ao Pix é “insensato ou discriminatório”.
No dia 15, o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou que produtos brasileiros enfrentariam uma taxação de 50%. Ele justificou essa medida alegando que se deve a ações do Judiciário brasileiro contra empresas de tecnologia dos EUA e o processo envolvendo Jair Bolsonaro, que enfrenta acusações de tentativa de golpe de Estado. Trump, por sua vez, chamou essa situação de “caça às bruxas”.
