Haddad sugere que privatização do Pix não será feita no Brasil
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, comentou recentemente sobre o futuro do Pix, destacando que ele não corre o risco de ser privatizado. Essa declaração surge em meio a uma investigação conduzida pelo governo dos Estados Unidos, liderada por Donald Trump, em relação a essa plataforma de transferências instantâneas do Banco Central. O interessante é que o Pix já movimenta uma quantia impressionante, duas vezes maior que o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil.
A preocupação de Trump com o Pix parece estar ligada a uma investigação do USTR (Escritório do Representante de Comércio dos EUA). Essa investigação pode resultar em retaliações econômicas se a plataforma for vista como uma ameaça aos interesses comerciais norte-americanos. Embora as declarações do USTR não citem diretamente o Pix, Haddad notou que há um certo desconforto com o fato de que o sistema é uma ferramenta estatal. Segundo ele, a impressão que se tem é que o Pix deveria ser um serviço privado, gerando lucro para algum grupo.
Em entrevista à CNN, Haddad afirmou que o Pix é um sistema desenvolvido ao longo de dez anos, criado para facilitar transações eletrônicas. Ele deixou claro que não é um concorrente direto de empresas de pagamentos, mas sim uma alternativa ao dinheiro em espécie. “Você não precisa sacar ou emitir um cheque, tudo acontece na hora de forma eletrônica”, explicou o ministro.
Haddad foi enfático ao dizer que, se o Pix fosse privatizado, isso poderia acarretar custos adicionais para os usuários, como tarifas para transferências. As dúvidas levantadas pelo governo dos EUA também parecem ter raízes em uma visão equivocada sobre a natureza do Pix. “Ele não está competindo com empresas de pagamento, mas sim com o dinheiro que você tem na carteira”, acrescentou.
Essas declarações do ministro acontecem em um momento em que um estudo da Zetta, que representa empresas de pagamentos digitais autorizadas pelo Banco Central, revelou que o Pix ultrapassou o PIB brasileiro em movimentação. Para Rafael Nogueira, economista-chefe da Zetta, o Brasil está alcançando algo que poucos países conseguem: unir inclusão, escalabilidade, eficiência e uma governança central forte.
Apesar de alguns problemas, como o recente vazamento de dados de 11 milhões de chaves do sistema do Poder Judiciário, o Pix atrai interesse até de economistas renomados. Paul Krugman, vencedor do Prêmio Nobel de Economia em 2008, elogiou o sistema, afirmando que ele está cumprindo o papel que algumas criptomoedas não conseguiram. É fascinante ver como o Pix tem ganhado destaque não só no Brasil, mas no cenário global.