Homem ganha R$ 31 mil minerando Ethereum com energia da empresa
Um ex-engenheiro da Digital River foi condenado na última terça-feira (21) a três anos de liberdade condicional por ter minerado criptomoedas de forma ilegal, usando os servidores em nuvem do seu ex-empregador. Joshua Paul Armbrust, de 45 anos, aceitou a acusação de fraude eletrônica, segundo o Ministério Público dos EUA.
Depois de deixar a Digital River em fevereiro de 2020, Joshua continuou acessando a conta da empresa no Amazon Web Services entre dezembro de 2020 e maio de 2021. Durante esse período, ele utilizou os servidores para minerar Ethereum sem autorização. Em seu comunicado, o Departamento de Justiça destacou que ele acessou a conta remotamente várias vezes para realizar essa atividade.
O advogado de Joshua, William J. Mauzy, justificou as ações do cliente, dizendo que ocorreram em um momento de dificuldades financeiras e sofrimento emocional, já que ele cuidava de sua mãe doente, que infelizmente já faleceu. Mauzy argumentou que Joshua não era um “hacker malicioso”, mas alguém agindo por desespero, e ressaltou que ele não tentou esconder o que estava fazendo, assumindo a responsabilidade pelas consequências.
Lucro de R$ 31 mil
A mineração ilegal gerou mais de US$ 5.800 (cerca de R$ 31 mil) em Ethereum, que Joshua converteu para uso pessoal. Enquanto isso, a Digital River enfrentou uma despesa de aproximadamente US$ 45.270 com os serviços de nuvem antes de descobrir o que estava acontecendo. É interessante lembrar que, naquela época, o Ethereum funcionava com um sistema de prova de trabalho, que exigia muito poder computacional e energia, antes da transição para o proof-of-stake em setembro de 2022.
O ex-engenheiro foi indiciado em novembro de 2024, por um esquema de “cryptojacking”, que causou “perdas financeiras significativas”, de acordo com o procurador-geral dos EUA, Andrew M. Luger.
Cryptojacking
O “cryptojacking” é uma forma de crime cibernético onde um indivíduo usa os recursos computacionais de outra pessoa para minerar criptomoedas, como Bitcoin ou Ethereum, sem autorização. No caso de Joshua, ele operou sua mineração a partir da Digital River entre 18h e 7h todos os dias, transferindo o Ethereum minerado para sua carteira pessoal.
De acordo com os promotores, as ações de Joshua não foram um simples descuido, mas uma utilização deliberada dos recursos da empresa para ganho pessoal, o que resultou em perdas financeiras reais e interrupções nas operações da Digital River.
A situação da empresa se agravou a ponto de ela ter que solicitar insolvência para suas subsidiárias na Alemanha e fechar sua sede em Minnesota, suspender a maioria dos serviços globais e encerrar operações.