Homem preso por golpe de US$ 31 milhões em criptomoedas
As autoridades da Tailândia prenderam um cidadão chinês chamado Liang Ai-Bing, acusado de ser o cérebro por trás de um grande esquema Ponzi de criptomoedas chamado FINTOCH, avaliado em impressionantes US$ 31 milhões. A detenção aconteceu em uma operação na capital, Bangkok, no dia 29 de outubro de 2025.
Liang foi encontrado em uma residência luxuosa, onde morava sozinho desde dezembro de 2024. O aluguel do apartamento? Cerca de US$ 4,6 mil mensais. A prisão dele faz parte de uma investigação coordenada entre as autoridades tailandesas e chinesas que se focava em uma das fraudes cripto mais conhecidas da região.
Durante a operação, a polícia também encontrou uma pistola Beretta cuja posse era ilegal, além de 20 munições. Isso adicionou uma nova camada de acusações a Liang, que já enfrentava sérios problemas legais por fraude.
Golpe cripto de US$ 31 milhões
As autoridades da China informam que Liang não agia sozinho. Ele tinha quatro cúmplices: Al Qing-Hua, Wu Jiang-Yan, Tang Zhen-Que e Zuo Lai-Jun. Esses indivíduos gerenciavam as operações da FINTOCH entre dezembro de 2022 e maio de 2023. A plataforma prometia um retorno diário de 1% aos investidores e afirmava ilegalmente que era vinculada ao banco Morgan Stanley. O golpe atraiu investidores de vários países na Ásia antes de desmoronar.
A estrutura da operação era bastante organizada, dividindo as funções entre os membros do grupo. Enquanto Liang e Tang cuidavam da parte técnica, Al e Wu ficavam responsáveis pela promoção e relações públicas, e Zuo, que foi preso na China e liberado sob fiança, gerenciava o marketing.
A fraude foi exposta em maio de 2023, quando o pesquisador ZachXBT revelou que a equipe havia sacado 31,6 milhões de USDT da Binance Smart Chain. Isso aconteceu enquanto os investidores reclamavam das dificuldades para retirar os seus fundos.
Promessa de lucro de 1% com golpe cripto
A operação da FINTOCH usava táticas sofisticadas de engano. O site da fraude apresentava um tal de ‘Bobby Lambert’ como CEO, mas ele era apenas um ator. Para dar uma aparência de credibilidade, a equipe conseguiu uma auditoria da CertiK, explorando a confiança dos investidores em avaliações de segurança.
Em maio de 2023, a equipe organizou eventos em Dubai, atraindo representantes de 19 países. Em uma dessas apresentações, um falso presidente do conselho anunciou planos para criar uma blockchain pública, além de afirmar que a empresa seria listada na NASDAQ. As palhaçadas não pararam por aí. O evento contou com a presença de supostos representantes do United Nations World Blockchain Group, dando mais credibilidade ao esquema.
Após o colapso, o mesmo grupo tentou se reinventar com novos projetos. Em outubro de 2023, lançaram a FinSoul, que supostamente também aplicou outro golpe de US$ 1,6 milhão através de manipulação de mercado. A CertiK até identificou que os mesmos executivos da FINTOCH estavam envolvidos nessa nova empreitada, mas novamente atuando como profissionais do entretenimento, e não como investidores legítimos.
Justiça além das fronteiras
Liang agora enfrenta várias acusações, que vão desde posse ilegal de arma até entrada irregular na Tailândia. As autoridades estão trabalhando na sua extradição para a China, onde ele pode ser responsabilizado por fraudar quase 100 vítimas, totalizando cerca de 14 milhões de dólares.
A prisão de Liang acontece em um cenário alarmante de fraudes com criptomoedas na Ásia. Em março, outras autoridades tailandesas prenderam Wu Di, uma mulher que supostamente roubou mais de US$ 17,7 milhões por meio de golpes no Facebook em apenas dois meses. Recentemente, uma cidadã chinesa, chamada Zhimin Qian, se declarou culpada por participação na maior apreensão de criptomoedas do mundo, que envolveu mais de US$ 6,7 bilhões.
Os tempos estão intensos, e esse é apenas um exemplo do quanto devemos estar atentos às armadilhas que podem surgir neste vasto mundo digital.





