Notícias

Homens são detidos por minerar criptomoedas em asilo

A polícia de Hong Kong prendeu dois homens que supostamente desviaram energia elétrica de asilos para alimentar suas máquinas de mineração de criptomoedas. Os suspeitos, de 32 e 33 anos, teriam usado o acesso durante reformas para instalar oito dispositivos no teto de dois escritórios. Esses equipamentos funcionavam 24 horas por dia e chegaram a aumentar a conta de luz em até US$ 1.153.

O caso veio à tona quando um dos asilos percebeu que a internet estava mais lenta do que o normal. A equipe de TI fez uma checagem e encontrou os equipamentos escondidos acima do teto. Na sequência, máquinas semelhantes foram descobertas em outro local, em Sau Mau Ping.

Na última sexta-feira, a polícia deteve os acusados em Mong Kok e Sham Shui Po. Eles estão respondendo por “roubo de energia elétrica”. Os investigadores acreditam que esses homens agiram sozinhos, sem fazer parte de uma rede maior.

5 anos de prisão

O inspetor Ng Tsz-wing, que trabalha na divisão de crimes financeiros e tecnológicos, aconselhou as pessoas a ficarem atentas aos trabalhadores contratados durante reformas e a monitorarem suas contas de luz. Isso porque equipamentos escondidos podem operar por meses sem serem notados. Segundo a lei de Hong Kong, o uso ilegal de eletricidade pode resultar em até cinco anos de prisão.

Ng também incentivou o público a ficar de olho nas contas de energia e no uso da rede. Se algo parecer estranho, ele sugere que se notifique a polícia. “Precisamos estar vigilantes”, destacou.

Uma autoridade de mineração, Shanon Squires, afirmou que essa prática é não apenas roubo, mas também um risco à segurança. Ele comentou que roubar eletricidade é tomar a propriedade de alguém sem permissão e isso vai contra os princípios do Bitcoin, que defende os direitos de propriedade privada.

Squires fez uma observação interessante ao notar que as máquinas encontradas em Hong Kong não pareciam ser mineradoras de Bitcoin. Para operações menores, a mineração ilegal pode ser mais comum do que se pensa, especialmente quando se trata de outras criptomoedas, como as altcoins.

Mineração de criptomoedas e consumo de energia

A mineração de criptomoedas usa equipamentos potentes para validar transações na rede e, por isso, é conhecida pelo alto consumo de energia. Um estudo recente estimou que a mineração de Bitcoin gera uma pegada de carbono anual semelhante à de vários países. Para ter uma ideia, o consumo de eletricidade da mineração de Bitcoin é comparável ao da Tailândia, e a demanda por água doce se assemelha à da Suíça.

E esse tipo de situação não acontece apenas em Hong Kong. Na Tailândia, a polícia já encontrou 63 máquinas de mineração conectadas ilegalmente a postes de energia em casas abandonadas. No Reino Unido, em West Yorkshire, também foram descobertas operações semelhantes, utilizando fornecimento ilegal de eletricidade.

Na Ásia Central, a mineração ilegal está se tornando comum. O procurador-geral do Tajiquistão revelou que este tipo de atividade consumiu mais de US$ 3,5 milhões em eletricidade apenas no primeiro semestre. No Cazaquistão, as autoridades encontraram mineradores que estavam utilizando energia suficiente para abastecer uma cidade com 70.000 habitantes.

Rafael Cockell

Administrador, com pós-graduação em Marketing Digital. Cerca de 4 anos de experiência com redação de conteúdos para web.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo