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IA pode afetar 25% das tarefas e mudar atividades dos trabalhadores

Uma pesquisa divulgada no final de maio pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) revelou que cerca de 25% das atividades profissionais podem ser impactadas pela inteligência artificial (IA). Isso significa que muitos trabalhadores vão precisar se adaptar a essa nova realidade, ou até mesmo enfrentar a possibilidade de serem substituídos pela tecnologia.

O estudo, que recebeu o título de “Generative AI and jobs: a refined global index of occupational exposure”, foi realizado em parceria com o instituto polonês Nask. Um dado interessante é que um em cada quatro trabalhadores já está em cargos que apresentam algum nível de exposição à IA. No cenário global, aproximadamente 3,3% dos empregos se enquadram na categoria de maior risco. E, vale a pena notar, que há uma diferença significativa na exposição à tecnologia entre homens e mulheres: enquanto 4,7% das mulheres estão em empregos com alta exposição, esse número é de apenas 2,4% para os homens.

A OIT também destacou que essas disparidades se acentuam conforme a renda dos países. Por exemplo, em nações de alta renda, 9,6% das mulheres e 3,5% dos homens estão em função de maior exposição à IA. Em contraste, 11% do total de empregos em países de baixa renda se encontram nessa situação, comparado a 34% nos países mais ricos.

Estamos vivenciando um momento de transformação onde a presença da IA nas atividades cotidianas parece ser inevitável. O estudo fez referência a dados semelhantes de uma pesquisa do Goldman Sachs, que estima que 46% das atividades administrativas e 44% das judiciárias podem ser automatizadas pela IA. Isso poderia levar à extinção de até 300 milhões de empregos em tempo integral.

O juiz Ney Maranhão, que atua no Tribunal Regional do Trabalho da 8ª Região, comentou sobre o tema em uma entrevista. Ele acredita que a IA pode representar um risco maior para funções que envolvem tarefas repetitivas, além da coleta e processamento básico de dados. Segundo ele, a tecnologia pode, muitas vezes, realizar essas tarefas de maneira mais eficiente do que um ser humano.

Maranhão vai discutir a influência da IA no mundo do trabalho e na Justiça em um painel que ocorrerá no XV Congresso Internacional de Direito e Processo do Trabalho. O evento, organizado pela Academia Brasileira de Direito do Trabalho (ADBT), será realizado entre os dias 1 e 3 de outubro em São Paulo.

Durante suas considerações, o juiz destacou dois fenômenos que podem ocorrer com a transformação das tarefas: o “upskilling” e o “reskilling”. O primeiro se refere à capacitação de profissionais para que possam utilizar ferramentas de IA. O segundo fala sobre a necessidade de migrar trabalhadores para novas áreas à medida que suas funções tradicionais forem sendo substituídas pela tecnologia.

Além disso, em uma recente reunião de cúpula no Rio, o Brics abordou a temática da IA de código aberto, defendendo uma governança global centrada na ONU. É um assunto complexo e que merece ser cuidadosamente discutido à medida que a tecnologia avança e se infiltra cada vez mais em nossas vidas.

Rafael Cockell

Administrador, com pós-graduação em Marketing Digital. Cerca de 4 anos de experiência com redação de conteúdos para web.

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