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Indústria cripto discute nova blockchain ‘Tempo’ da Stripe

A comunidade de criptomoedas está fervendo com a recente decisão da Stripe de lançar sua própria blockchain, chamada Tempo. O CEO da empresa, Patrick Collison, defendeu essa escolha em um post na rede X, dizendo que as blockchains atuais não estão otimizadas para o uso crescente de stablecoins e outras criptos em sua plataforma.

Esse movimento gerou reações misturadas. Muitos se perguntaram por que a Stripe não optou por construir sobre alguma rede já existente. Joe Petrich, que é o chefe de engenharia da plataforma de NFT Courtyard, expressou uma opinião direta: “Ninguém quer mais uma blockchain.” Para ele, as dificuldades mencionadas por Collison já foram superadas por quem realmente utiliza essas tecnologias, então não haveria necessidade de criar mais uma rede.

Executivos contestam declarações do CEO da Stripe

Collison fez comparações entre a capacidade de transações das blockchains. Ele afirmou que a Stripe precisa gerenciar mais de 10.000 transações por segundo (TPS), enquanto o Bitcoin processa apenas cinco TPS e o Ethereum, cerca de 20. Em contraste, ele citou novas redes como Base e Solana, que operam em torno de 1.000 TPS.

No entanto, Mert Mumtaz, CEO da Helius Labs e um defensor da Solana, não concordou com Collison. Ele afirmou que a afirmação estava “ridiculamente errada”. De fato, dados do Solana Explorer indicavam que, naquele momento, a rede estava processando 3.186 TPS.

Apesar das críticas, algumas vozes se mostraram a favor da iniciativa. Steve Milton, da Fintopia, por exemplo, destacou que a criação do Tempo poderia revolucionar a infraestrutura para pagamentos on-chain. “É exatamente o que precisamos para proporcionar uma experiência mais rápida, acessível e integrada”, elogiou. Enquanto isso, Max Segal, da Privy, também viu potencial na nova proposta.

Por outro lado, surgiram questionamentos sobre a escolha da Stripe em desenvolver uma rede camada 1 em vez de uma camada 2.

Reflexões sobre a camada 2 do Ethereum

Devansh Mehta, da Ethereum Foundation, se perguntou por que a empresa optou por construir seu próprio conjunto de validadores em vez de se integrar como uma camada 2. Para ele, garantir a descentralização e diversidade dos validadores seria mais eficaz do que terceirizar.

O comentarista Leo Lanza trouxe um ponto semelhante: “O que impede o Tempo de ser desenvolvido como uma camada 2 do Ethereum?” Ele sugeriu que, se adotasse essa abordagem, o Tempo poderia ter TPS customizados e permitir pagamentos em moeda fiduciária, ao mesmo tempo em que se beneficiaria da segurança e interoperabilidade do Ethereum.

Collison defendeu a estratégia da Stripe, afirmando que, para aplicações financeiras, é mais valioso que as taxas sejam denominadas em uma moeda que faça sentido para o usuário. Ele acredita que o Tempo pode facilitar uma série de operações, como pagamentos, transferências globais e muito mais, no cerne do ambiente on-chain.

Rafael Cockell

Administrador, com pós-graduação em Marketing Digital. Cerca de 4 anos de experiência com redação de conteúdos para web.

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