Instituições podem interromper o ciclo do BTC, aponta analista
O diretor de investimentos da Fundstrat, Tom Lee, fez algumas afirmações intrigantes sobre o futuro do Bitcoin. Em uma conversa recente, ele sugeriu que o capital institucional, que tem entrado no mercado, pode mudar a maneira como analisamos o desempenho da criptomoeda.
Nos últimos dois anos, a entrada constante desse capital criou movimentos que fogem da lógica histórica do Bitcoin. Lee, que também preside a Bitmine, explicou que a origem dessa mudança está no mecanismo de halving, que corta pela metade as recompensas de mineração a cada quatro anos.
Além disso, ele observou que o perfil de investidores no mercado mudou significativamente. Agora, há uma presença muito maior de empresas grandes e ETFs, o que garante um fluxo contínuo de capital. Com isso, o Bitcoin não depende mais apenas da escassez para valorizar.
O que está em jogo para o Bitcoin
Conforme Lee destacou, o mercado de criptomoedas enfrenta dois desafios importantes. O primeiro é se o Bitcoin seguirá o padrão de quedas que ocorreu em anos anteriores. O segundo é se ele conseguirá desvincular-se da forte correlação com os mercados de ações. Caso esses pontos se confirmem, a ideia de ciclos no mercado pode perder relevância.
Por muito tempo, o Bitcoin se comportou de maneira previsível: a cada halving, surgiam novos altos seguidos por longas baixas, um fenômeno que se tornou quase um mantra entre os traders. Porém, muitos analistas acreditam que esse ciclo pode estar próximo do fim.
Pierre Rochard, CEO da The Bitcoin Bond Company, compartilha essa opinião. Ele indica que o impacto do halving tem diminuído, com apenas 5% do Bitcoin ainda a ser minerado. Isso significa que a influência desse mecanismo na dinâmica de mercado não é mais tão forte quanto antes.
Novas tendências se formando
Jason Dussault, CEO da Intellistake.ai, também apoia essa visão e acrescenta que a entrada de investidores institucionais está provocando uma mudança estrutural. Embora o halving ainda tenha sua importância, ele já não é mais o principal motor por trás das valorizações.
Atualmente, os preços do Bitcoin estão reagindo a fatores como a liquidez global, os fluxos em ETFs e o clima de sentimento do investidor. Para Matt Hougan, diretor de investimentos da Bitwise, a recente aprovação da lei GENIUS oferece novas oportunidades para Wall Street, especialmente em produtos financeiros voltados à criptomoeda.
Debates sobre a manutenção do ciclo
Nem todos concordam que o ciclo de quatro anos do Bitcoin chegou ao fim. Connor Howe, CEO da Enso, argumenta que o halving ainda desempenha um papel essencial, especialmente na narrativa de escassez. Porém, ele observa que os traders não podem mais confiar em um ciclo fixo.
Uma pesquisa da Glassnode sugere que o ciclo do Bitcoin ainda está vivo e saudável, com padrões semelhantes aos observados em ciclos anteriores. Para eles, os picos nos preços nos anos de 2015 a 2018 e de 2018 a 2022 ocorreram apenas alguns meses após a fase atual, indicando que a maturidade do mercado está alinhada com a história.
Recentemente, o Bitcoin viu sua cotação oscilar, caindo para mínimas de US$ 109.977, mas recuperando-se para US$ 112.150. Isso, no entanto, não mudou a confiança dos investidores, que se mantém frágil.
Estudos indicam que muitos esperam uma queda até a marca de US$ 105.000 antes que qualquer recuperação significativa aconteça.