Jeffrey Epstein expressou preocupação com impostos sobre Bitcoin
Jeffrey Epstein, o financista envolvido em diversas polêmicas, estava bastante preocupado com a política tributária dos Estados Unidos sobre o Bitcoin e outras criptomoedas nos últimos meses de sua vida. Segundo e-mails que foram divulgados recentemente, ele buscou a ajuda de Steve Bannon, que foi estrategista-sênior do ex-presidente Donald Trump.
Em uma troca de mensagens de fevereiro de 2018, Epstein questionou Bannon sobre se o Departamento do Tesouro dos EUA responderia a dúvidas sobre criptoativos. Ele lançou a seguinte pergunta: “Preciso saber se o Tesouro vai te responder sobre cripto ou se precisamos encontrar outra forma de obter orientações?”.
Bannon, por sua vez, informou que a questão estava sendo analisada em âmbitos mais elevados, especificamente pelo Conselho de Segurança Nacional (NSC). Epstein, então, destacou que existia um escritório de financiamento ao terrorismo dentro do Tesouro, que já tinha refletido sobre a questão dos impostos.
Ainda nessa conversa, Epstein sugeriu que seria interessante criar um formulário de divulgação voluntária sobre lucros com criptomoedas para “atrapalhar os caras maus”. A combinação de sua situação legal e esse tipo de preocupação sobre regulamentação mostra o quanto a questão das criptos estava no horizonte dele.
### O Interesse de Epstein por Criptomoedas
Apesar de ter morrido em uma cela de prisão em Manhattan, sua relação com as finanças sempre foi envolta em mistério. Conhecido por seu fascínio por criptomoedas, Epstein demonstrou, por meio de seus e-mails, uma crescente inquietação sobre o futuro regulatório das criptos, antes mesmo de o governo dos EUA tomar uma posição clara sobre isso.
Nas mensagens trocadas com Bannon, Epstein usou um exemplo hipotético de fazer compras na Overstock, uma das primeiras grandes varejistas a aceitar Bitcoin. Ele alertou sobre possíveis ganhos que teriam implicações tributárias. Em outro e-mail, ele se referiu “aos nossos problemas com moedas cripto” como sendo predominantemente relacionados ao sistema tributário e regulamentação, dando a entender que poderia haver um grupo maior ou que ele se incluía nesse “nós”.
Epstein também mencionou que a situação global em relação a moedas digitais era bem diferente da dos EUA, citando alguns “problemas ruins”. Em 2019, surgiu um relato indicando que Epstein poderia estar atuando em questões de criptomoedas para o Departamento do Tesouro, o que adiciona mais mistério a essa história.
### Cripto nos E-mails de Epstein
As criptomoedas aparecem com frequência em mais de 20 mil e-mails e mensagens de texto que foram divulgados sobre Epstein. Em muitos casos, as mensagens sugerem que ele estava buscando influenciar a regulamentação de criptos durante a presidência de Trump.
Em setembro de 2018, Epstein fez uma comparação entre cripto e a internet, pedindo que se adotassem acordos internacionais para tratá-las. Ele se preocupava que, sem esse tipo de coordenação, o setor poderia ser comparado a um “esquema Ponzi fora da lei”.
Menos de duas semanas antes de sua prisão em junho de 2019, Epstein criticou fortemente o projeto Libra do Facebook, afirmando que “não era moeda, mas sim dinheiro” e que poderia prejudicar o sistema financeiro se caísse em mãos erradas. Apesar de não ter esclarecido se se referia especificamente à Libra ou às stablecoins como um todo, ele indicou que isso o preocupava.
Ano antes, ele havia se encontrado com Brock Pierce, cofundador da Tether, uma das maiores stablecoins do mercado. E em uma troca de mensagens em abril de 2018, ele parecia animado com o crescente interesse pelas criptomoedas, notando que “todo mundo queria entrar”, o que gosto de pensar como um reflexo da onda de entusiasmo que essas novas tecnologias estavam gerando.





