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JPMorgan avalia a oferta de empréstimos com garantia em Bitcoin

O JPMorgan Chase, um dos maiores bancos do mundo, está considerando uma mudança interessante em sua política em relação às criptomoedas. A instituição pode começar a oferecer empréstimos garantidos por ativos digitais, como Bitcoin e Ethereum, já no próximo ano. Essa informação chegou até nós através de fontes que têm conhecimento sobre o assunto e que conversaram com o Financial Times.

Se isso se concretizar, pode ser um grande passo para o mercado financeiro. A aceitação de criptomoedas como garantia para empréstimos poderia abrir as portas para bilhões em novos investimentos, além de estabelecer as criptomoedas como colaterais mais comuns nos empréstimos tradicionais e nas transações de crédito.

É curioso pensar que essa nova abordagem pode sinalizar uma mudança de visão do CEO do JPMorgan, Jamie Dimon. Ele, que já disse que o Bitcoin era uma “fraude”, parece estar reconsiderando sua posição. Em uma apresentação no mês passado, Dimon mencionou que o banco começaria a permitir a compra de Bitcoin, mas ainda deixou claro que não é um grande fã da moeda digital.

Parece que essa resistência anterior do banco pode ter custado oportunidades importantes. Dimon tinha uma visão bem crítica sobre o potencial das criptomoedas, o que afastou clientes que construíram suas riquezas nesse novo mercado.

Além disso, o JPMorgan enfrenta algumas regras rigorosas que dificultam a inclusão das criptomoedas em seus ativos. Atualmente, o banco não pode manter esses ativos diretamente, o que o leva a contar com parceiros, como a Coinbase, para gerenciar colaterais em casos de inadimplência.

A situação das regulamentações também é complicada. O regime de Basileia III, que dita normas para o setor bancário, impõe um requisito elevado para garantir empréstimos com criptoativos. Para cada dólar em empréstimos garantidos por criptomeda, o banco precisa manter um dólar em capital.

Mesmo com essas restrições, especialistas acreditam que o movimento do JPMorgan pode sinalizar uma evolução nas normas regulatórias em torno das criptomoedas. Isso poderia criar um ambiente mais favorável às instituições financeiras.

Aposta no Bitcoin

A recente valorização do Bitcoin certamente chama a atenção de investidores institucionais. Um especialista em investimentos destacou que, se a gente comparar o desempenho do Bitcoin com o do S&P 500 nos últimos quatro anos, os resultados do Bitcoin foram superiores e, portanto, mais atrativos.

Esses dados são importantes porque mostram que o histórico do Bitcoin está se igualando ao de grandes ações que dominam o mercado. Essa evolução também faz com que seu valor de mercado supere o de muitas dessas empresas.

Essa mudança no setor não se restringe apenas a emprestar dinheiro. O JPMorgan também tem dado passos para incluir investimentos em criptoativos, como aceitar cotas de ETFs de criptomoedas, por exemplo. Esses ETFs são vistos como um primeiro passo importante para que os bancos comecem a realmente se envolver com ativos digitais e suas seguranças.

Recentemente, temos visto outros bancos seguindo o exemplo. O Morgan Stanley está avaliando formas de negociar cripto através de sua plataforma E*Trade, e o Citigroup mencionou que está explorando uma stablecoin para pagamentos internacionais.

Além do mais, um avanço na regulamentação pode incentivar ainda mais as instituições a se aventurarem nesse novo mercado. Por exemplo, uma nova legislação nos Estados Unidos está criando estruturas federais que facilitam a negociação de stablecoins, permitindo que bancos que estavam hesitantes no passado comecem a engajar de fato com ativos digitais.

Diante de todas essas movimentações, é interessante ver como as criptomoedas estão, aos poucos, conquistando um espaço cada vez maior no mercado financeiro tradicional e influenciando grandes instituições a reconsiderar sua posição.

Rafael Cockell

Administrador, com pós-graduação em Marketing Digital. Cerca de 4 anos de experiência com redação de conteúdos para web.

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